Jung Mo Sung
Se perguntarmos a qualquer pai ou mãe por que eles querem que o seu/sua filho/a estude e consiga uma boa educação, a resposta será mais ou menos essa: “é porque nós queremos que ele/a tenha uma vida boa, uma vida melhor, pois se não estudar vai ter uma vida difícil”.
E se perguntarmos o que eles querem dizer com uma “vida boa”, provavelmente responderão que uma vida boa significa em primeiro lugar não passar por dificuldades econômicas e ter uma vida confortável. Mas, com certeza desejarão também que o/a seu/sua filho/a seja uma pessoa respeitada na comunidade e na sociedade e que seja também uma pessoa de “bem”.
Todos os seres vivos estão equipados com um mecanismo que lhes possibilita distinguir o que é “do bem”, isto é, o que lhes ajuda na reprodução e na manutenção da sua vida, e o que é “do mal”, aquilo que prejudica a sua vida. Nos seres vivos mais simples, esse mecanismo faz parte da sua própria constituição biológica. No caso dos seres humanos, nós precisamos, além desse mecanismo biológico, um mecanismo cultural que nos permita distinguir quem são as pessoas “do bem” e “do mal.” Sem essa distinção entre “do bem” e “do mal’”, não conseguimos organizar as nossas relações com objetos e pessoas do nosso ambiente e, portanto, não conseguimos tomar decisões na nossa vida.
Como a distinção entre o bem e o mal é resultado de um mecanismo cultural, culturas e grupos sociais diferentes elaboram conteúdos concretos em parte semelhantes, mas também diferentes para definir essa noção do bem e do mal. A reflexão ética nos mostra que os valores que regem as tomadas de decisão na vida cotidiana pressupõem uma noção de “bem último”. Essa noção está associada ao sentido último da vida das pessoas e da sociedade, que por sua vez funciona como o fundamento para que as pessoas encontrem uma direção para as suas vidas. Sem essa direção, não logramos ter um horizonte de compreensão que nos dê sentido as coisas, fatos e pessoas e determine os valores de cada um.
Assim sendo, podemos perceber que a noção de uma “vida melhor” tem dois aspectos fundamentais: o aspecto operacional (o como) que permite a reprodução da vida material, cultural e espiritual das pessoas, do grupo e da sociedade; e o sentido da vida (o para quê) que permite que as pessoas e a sociedade possam julgar em que consiste este “melhor” e as levar a caminhar nessa direção. Sem acesso ao conhecimento desses dois aspectos e sem competência para continuamente rever o modo como se produz e se aplica os conhecimentos operacionais e reavaliar criticamente o sentido da vida e os valores dominantes na sociedade, não se pode buscar uma “vida melhor”. Permitir esse acesso é a missão da educação.
Entretanto, hoje pouco falamos sobre o sentido da vida e da educação, o “para quê”, e estamos concentrados quase que exclusivamente no método e na técnica de “como” educar. Isto revela que um sentido da vida e da educação se tornou vitorioso e foi imposto à sociedade.
Quando o sentido da vida dominante na sociedade já não é nem mais discutido, é hora de levantar novamente essa pergunta! Esta é uma das funções de uma educação crítica.
Na nossa sociedade, a cultura de consumo e a ideologia neoliberal estabelecem o parâmetro mais importante para o sentido da vida. Vivemos em uma sociedade onde o sentido último é ganhar mais para consumir mais; e o viver bem foi identificado com consumir mais. A vida sem consumo de mercadorias de grife se tornou insuportável e sem nenhum encanto. E como não queremos viver uma vida desencantada, fria e sem graça, corremos atrás de mercadorias que encantem as nossas vidas. Ir ao shopping center para fazer compras quando nos sentimos “desanimados” (sem alma/vida) ou meio “chateados” (parecendo que a nossa humanidade ficou diminuída, achatada) é uma expressão clara desse fenômeno. O sentido da vida não está mais na vida mesma, no encontro das pessoas na amizade e gratuidade, mas em consumir mercadorias.
Em um mundo assim, é fundamental que a educação não se reduza ao aspecto técnico-operacional da vida, mas que desenvolva também uma visão crítica da dimensão ético-simbólico-espiritual do ser humano para que as pessoas possam discernir os mais diversos símbolos e sentidos da vida e optar por os mais humanizantes.
Se perguntarmos a qualquer pai ou mãe por que eles querem que o seu/sua filho/a estude e consiga uma boa educação, a resposta será mais ou menos essa: “é porque nós queremos que ele/a tenha uma vida boa, uma vida melhor, pois se não estudar vai ter uma vida difícil”.
E se perguntarmos o que eles querem dizer com uma “vida boa”, provavelmente responderão que uma vida boa significa em primeiro lugar não passar por dificuldades econômicas e ter uma vida confortável. Mas, com certeza desejarão também que o/a seu/sua filho/a seja uma pessoa respeitada na comunidade e na sociedade e que seja também uma pessoa de “bem”.
Todos os seres vivos estão equipados com um mecanismo que lhes possibilita distinguir o que é “do bem”, isto é, o que lhes ajuda na reprodução e na manutenção da sua vida, e o que é “do mal”, aquilo que prejudica a sua vida. Nos seres vivos mais simples, esse mecanismo faz parte da sua própria constituição biológica. No caso dos seres humanos, nós precisamos, além desse mecanismo biológico, um mecanismo cultural que nos permita distinguir quem são as pessoas “do bem” e “do mal.” Sem essa distinção entre “do bem” e “do mal’”, não conseguimos organizar as nossas relações com objetos e pessoas do nosso ambiente e, portanto, não conseguimos tomar decisões na nossa vida.
Como a distinção entre o bem e o mal é resultado de um mecanismo cultural, culturas e grupos sociais diferentes elaboram conteúdos concretos em parte semelhantes, mas também diferentes para definir essa noção do bem e do mal. A reflexão ética nos mostra que os valores que regem as tomadas de decisão na vida cotidiana pressupõem uma noção de “bem último”. Essa noção está associada ao sentido último da vida das pessoas e da sociedade, que por sua vez funciona como o fundamento para que as pessoas encontrem uma direção para as suas vidas. Sem essa direção, não logramos ter um horizonte de compreensão que nos dê sentido as coisas, fatos e pessoas e determine os valores de cada um.
Assim sendo, podemos perceber que a noção de uma “vida melhor” tem dois aspectos fundamentais: o aspecto operacional (o como) que permite a reprodução da vida material, cultural e espiritual das pessoas, do grupo e da sociedade; e o sentido da vida (o para quê) que permite que as pessoas e a sociedade possam julgar em que consiste este “melhor” e as levar a caminhar nessa direção. Sem acesso ao conhecimento desses dois aspectos e sem competência para continuamente rever o modo como se produz e se aplica os conhecimentos operacionais e reavaliar criticamente o sentido da vida e os valores dominantes na sociedade, não se pode buscar uma “vida melhor”. Permitir esse acesso é a missão da educação.
Entretanto, hoje pouco falamos sobre o sentido da vida e da educação, o “para quê”, e estamos concentrados quase que exclusivamente no método e na técnica de “como” educar. Isto revela que um sentido da vida e da educação se tornou vitorioso e foi imposto à sociedade.
Quando o sentido da vida dominante na sociedade já não é nem mais discutido, é hora de levantar novamente essa pergunta! Esta é uma das funções de uma educação crítica.
Na nossa sociedade, a cultura de consumo e a ideologia neoliberal estabelecem o parâmetro mais importante para o sentido da vida. Vivemos em uma sociedade onde o sentido último é ganhar mais para consumir mais; e o viver bem foi identificado com consumir mais. A vida sem consumo de mercadorias de grife se tornou insuportável e sem nenhum encanto. E como não queremos viver uma vida desencantada, fria e sem graça, corremos atrás de mercadorias que encantem as nossas vidas. Ir ao shopping center para fazer compras quando nos sentimos “desanimados” (sem alma/vida) ou meio “chateados” (parecendo que a nossa humanidade ficou diminuída, achatada) é uma expressão clara desse fenômeno. O sentido da vida não está mais na vida mesma, no encontro das pessoas na amizade e gratuidade, mas em consumir mercadorias.
Em um mundo assim, é fundamental que a educação não se reduza ao aspecto técnico-operacional da vida, mas que desenvolva também uma visão crítica da dimensão ético-simbólico-espiritual do ser humano para que as pessoas possam discernir os mais diversos símbolos e sentidos da vida e optar por os mais humanizantes.