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...Um novo campo de atuação onde o Pedagogo desenvolve seu trabalho em ambiente domiciliar e hospitalar, auxiliando as crianças e jovens a darem continuidade ás atividades educacionais, mesmo estando afastados da escola regular.
Muito se tem falado sobre Qualidade de Vida, de como aplicá-la aos seus dias de forma a viver sua saúde física e mental em equilíbrio, de estar de bem consigo, com as pessoas, em harmonia com a vida.
A Pedagogia Hospitalar vem se expandindo no atendimento à criança hospitalizada, e em muitos hospitais do Brasil tem se enfatizado a visão humanística. Como pratica deste trabalho Humanista, o nosso trabalho deverá ser o de ter os olhos voltados para o ser global, e não somente para o corpo e as necessidades físicas, emocionais, afetivas, e sociais do individuo.
Como referencial teórico, utilizo as experiências e pesquisas realizadas nos hospitais do Brasil onde a Classe Escolar Hospitalar foi implantada no auxílio de tratamentos às crianças e adolescentes. Meu objetivo é conscientizar, discutir e ampliar as idéias dos profissionais da educação e da saúde, quanto a proporcionar uma melhor qualidade de vida, para todas as pessoas que requerem um cuidado e um olhar especial para um atendimento individualizado, seja no atendimento domiciliário ou hospitalar.
Procurando favorecer toda estratégia que ajude o desenvolvimento desta modalidade educacional e que sensibilize os agentes da educação e da saúde sobre a importância do atendimento educacional à criança hospitalizada, faz-se necessário construir um espaço para profissionais dedicados à atenção às crianças e jovens que devem permanecer hospitalizados, com o objetivo de sensibilizar para a questão, trocar experiências e refletir sobre pedagogia hospitalar, oferecendo ferramentas para o desenvolvimento desta modalidade educacional e explorando sua relação com o sistema educacional formal.
Tendo em vista o embasamento legal, contido na legislação vigente que amparam e legitimam o direito à educação, os hospitais devem dispor às crianças e adolescentes um atendimento educacional de qualidade e igualdade de condições de desenvolvimento intelectual e pedagógico.
A inserção do ambiente escolar no período de internação é importante para a recuperação da saúde da criança, já que reduz a ansiedade e o medo advindos do processo da doença.

Por Rodrigo Ramos
A razão prevalece sobre a emoção, ou é a emoção que fala mais alto que a razão? Eis a questão! Não é à toa que o velho slogan pronunciado diversas vezes no nosso cotidiano (se conselho fosse bom!) entra como uma luva no decorrer das décadas. Por que é tão difícil mudar o comportamento de uma pessoa? Por que, mesmo através de conselhos repetitivos, existem pessoas que preferem fazer as coisas do seu jeito, mesmo sendo o jeito improdutivo ou errado? O que faz um bom conselho perder sua força?
Seguindo a visão da psicanálise, através das ideias de pensadores como Freud, Lacan e Jorge Forbes, acredito que existe uma espécie de curto circuito na relação entre mente e corpo. Isto se torna perceptível quando paramos um pouco para refletir que não somos máquinas e nem perfeitos, que mudamos nossas emoções a todo o instante, que escorregamos, erramos e que, conseqüentemente, também temos sonhos, fantasias e desejos que vão além da nossa ilusão racional de completude. Ou seja, a nossa razão pode desejar a perfeição, desejar que a nossa trajetória seja estável, consistente e sem erros, mas sempre existirá o outro lado da nossa intimidade que nunca poderemos controlar. E isso, paradoxalmente, é muito bom, pois nos protege da possibilidade de acreditarmos que somos figuras padronizadas, sem desejo e singularidade.
Para clarificar mais a discussão, vou discorrer o texto dividindo as ideias e diferenciando a mente racional do corpo emocional. Podemos dizer que a mente racional relaciona-se muito bem com as ideias de perfeição, de completude, daquilo que é certo e moralmente correto. Já, quando falamos do corpo emocional, levamos em consideração o lado da vida que, a maioria das vezes, não está em harmonia com as ideias impostas pela razão. O corpo emocional está mais relacionado ao inconsciente, a parte fora da série, daquilo que, segundo Chico Buarque, escapa ao sentido.
Para ilustrar melhor, podemos citar o exemplo do motorista que percorre por uma rodovia com limite (mente racional) de velocidade de 100 km/h, mas prefere (corpo emocional) dirigir a 200 km/h, porque provavelmente lhe dá mais prazer "andar fora da linha", mesmo tendo noção do excesso cometido. O corpo acaba falando mais alto! Outro exemplo clássico e interessante é o da pessoa que fuma dois maços de cigarro por dia (corpo emocional), tendo total consciência (mente racional) sobre os males que o fumo lhe causa. Ou podemos citar o comportamento da pessoa consumista, que sempre quando passa ao lado de uma loja acaba gastando uma fortuna, mesmo consciente da falta de crédito e do excesso de dívidas.
Olha só que curioso! Ao refletirmos sobre exemplos triviais, já começamos perceber que no cotidiano do humano existem constantes conflitos internos entre a mente racional e o corpo emocional, irracional e inconsciente. É por este motivo, entre outros mais, que é tão difícil mudar um comportamento da noite para o dia. Muitas vezes, acessar somente a consciência através de conselhos não é o bastante para mudar uma atitude, ou mudar um método de como fazer as coisas. É preciso ir além da consciência, pois é necessário que o seu corpo emocional, e muitas vezes, seu inconsciente sejam tocados para ocorrer êxito. Quando não existe uma transformação neste sentido, percebemos uma mudança rasa, superficial e sem força.
Para descermos mais no assunto, gostaria de propor alguns pontos de reflexão para fortalecermos a nossa discussão: vamos falar um pouco da relação entre comportamento e prazer.

A relação entre comportamento e prazer
Seguindo as trilhas de Freud, em seu Best seller, Para Além do Princípio do Prazer, podemos notar que nesta grande obra o Pai da Psicanálise expõe de forma brilhante a existência de uma energia presente no comportamento do ser humano que vai além do equilíbrio, além das necessidades básicas, que nomeou de Pulsão. Sendo simplista na explicação, podemos descrever a Pulsão como uma energia que vai além do equilíbrio, que excede os limites da harmonia, que se repete e é dotada de prazer e, ao mesmo tempo, desprazer.
Para clarificar o conceito, podemos usar o exemplo da mulher que permanece casada durante décadas com o mesmo marido, mesmo sendo violentada verbalmente e fisicamente. Todos podem escutar suas lamentações, que seu casamento é terrível, que ele não presta, porém, não tem coragem de acabar com a "estabilidade" do matrimônio. É preferível sofrer com o que se tem, para evitar a dor de nada ter. Ela vive, ao mesmo tempo, o desprazer dos insultos lançados pelo marido e o prazer de manter o casamento em "equilíbrio", de estar com alguém, mantendo a ilusão do famoso slogan: "até que a morte os separe".
Outro exemplo interessante, que ilustra o paradoxo entre um comportamento dotado de prazer e desprazer, seria do próprio dependente químico que, mesmo consciente dos males que a droga lhe causa, permanece viciado. Basta escutarmos nos noticiários o quanto é difícil e paradoxal o relacionamento do dependente com a droga: "Isso aqui não presta, só faz mal, mas não consigo viver sem".
Agora, trazendo para a realidade profissional, o mesmo acontece com as pessoas insatisfeitas e frustradas com seus empregos atuais, que ficam paralisadas na hora de tomar uma decisão para mudar o ambiente, ou de ambiente, porque se acomodam no status quo e, por este motivo, também sentem sua cota de prazer na "estabilidade" ilusória. Ou seja, podemos concluir que, mesmo prejudicadas, pessoas que permanecem com a mesma forma de pensar, de se comportar, com o mesmo padrão, relacionamento afetivo péssimo, ou com o mesmo emprego ruim, carregam suas pitadas paradoxais de prazer e desprazer. Enfim, o ser humano e suas ironias. Agora, gostaria de correlacionar tudo isso que trabalhamos com outro ponto importante: a repetição do comportamento.
O comportamento repetitivo, para o bem ou para o mal

Outro ponto de reflexão que nos ajuda a pensar sobre o que faz as pessoas permanecerem com seus comportamentos engessados, acompanhados de prazer e desprazer, é a repetição constante. Pensando de forma lógica, aquilo que causa prazer e/ou desprazer, também causa repetição. Pontos de satisfação causam repetição. Crianças costumam fazer isso constantemente. Pedem toda hora para repetir de forma incansável uma atividade que lhes trouxe satisfação corporal. Já, quando crescem e se tornam "crianças-adultas", continuam repetindo comportamentos inconscientemente prazerosos e/ou desprazerosos.
É o que acontecia com um ex-colega de trabalho, que tinha satisfação em ser espaçoso. Interrompia as pessoas, falava alto, gritava e dispersava todos repetidamente. Este era o seu "barato", o seu "jeitão" de ser, pois tinha prazer em fazer isso, mas não tinha a menor consciência dos impactos que causava nas pessoas. No entanto, quando recebeu o famoso feedback sobre seu comportamento, os problemas começaram a surgir. Passou a vivenciar conflitos entre a mente racional e o corpo emocional. Sua mente racional dizia que deveria "arrumar" seu comportamento para não invadir o espaço das pessoas e o seu corpo emocional agia conforme o jeito espaçoso (e prazeroso) de ser. Olha só! Surge novamente o paradoxo entre prazer e desprazer. Sua mente racional gritava alto, dizendo que devia mudar e isso lhe causava muito desprazer. Porém, o seu corpo emocional continuava gozando do ato e isso lhe causava prazer. Após certo tempo, não teve jeito, nosso colega de trabalho foi procurar um lugar onde pudesse aumentar seu espaço, pois o contexto cultural onde trabalhávamos não permitia pessoas desse "estilo". Uma hora ele acertará sua trajetória.
Mas o que fazer para inserir nossas diferenças comportamentais, algumas insuportáveis, na relação com os outros?
Comportamentos prejudiciais devem ser eliminados?
O que fazer para solucionar os conflitos entre mente e corpo? Será que é preciso cortar o mau pela raiz? Será que é necessário punir aqueles que se comportam de maneira improdutiva? Será que deveríamos encaminhar todos os errantes para uma clínica da "padronização", para que sejam orientados de forma ortopédica? Creio que não. Não devemos e não podemos corrigir o ser falante, engessando seu comportamento e o adequando ao contexto, mas diria que a solução, como diria Jacques Alain Miller, seria legitimar suas diferenças. Não no sentido de aceitar o comportamento destrutivo do outro. Legitimar não é deixar o outro fazer o que bem entende, mas também não significa eliminar o mau pela raiz.
Se nos espelharmos em qualquer exemplo de vida, podemos perceber que as pessoas não eliminam seus comportamentos ruins, mas simplesmente conseguem realinhar a energia para uma coisa boa, ou melhor, construtiva. Um amigo meu, que se tornou um excelente palestrante, não por acaso, quando era jovem, gostava de se exibir, contava piadas na escola e adorava provocar as pessoas. Por conta deste comportamento, passou por diversas situações complicadas até perceber que poderia transformar seu defeito em qualidade.
Percebeu que poderia reinventar sua exibição e seu jeito provocador de forma construtiva e não destrutiva, como vinha fazendo. Percebeu que poderia usar suas ferramentas, anteriormente maléficas, para estimular as pessoas a se desenvolverem através da linguagem. Meu amigo não poderia eliminar um comportamento tão enraizado no seu inconsciente corporal, mas percebeu que poderia resolver o conflito do prazer e do desprazer, canalizando sua energia, seu "barato" para algo que enriquecesse o outro. Isso passou a ser a sua missão. Ele simplesmente lapidou o seu carvão na busca eterna pelo seu precioso diamante.
Que maravilha que é o ser falante! Quanto mais consegue ajustar seus comportamentos prejudiciais, canalizando sua energia para atitudes construtivas, sem arrancar o bom "barato", consegue se aproximar daquilo que é mais singular em seu íntimo. Mas este é um assunto para outro artigo.
Faça bom proveito de si, ou como diria o filósofo Martin Heidegger - devore o teu Dasein!



O que é?
A hiperatividade e déficit de atenção
É um problema mais comumente visto
em crianças e se baseia nos sintomas
de desatenção (pessoa muito distraída)
e hiperatividade (pessoa muito ativa, por vezes agitada,
bem além do comum). Tais aspectos
são normalmente encontrados em pessoas
sem o problema, mas para haver o diagnóstico
desse transtorno a falta de atenção
e a hiperatividade devem interferir significativamente
na vida e no desenvolvimento
normais da criança
e do adulto.
Quem apresenta?
Estima-se que cerca de 3 a 6%
das crianças na idade escolar
(mais ou menos de 6 a 12 anos de idade)
apresentem hiperatividade e/ou déficit de atenção. O diagnóstico antes dos
quatro ou cinco anos raramente é feito, pois o
comportamento das crianças nessa idade é muito variável,
e a atenção não é tão exigida quanto de crianças maiores.
Quais são os sintomas da pessoa com desatenção?
freqüentemente deixa de prestar atenção a detalhe
s ou comete erros por descuido em atividades escolares,
de trabalho ou outras;
com freqüência tem dificuldades para manter a atenção em tarefas
ou atividades recreativas;
com freqüência não segue instruções e não termina seus deveres
escolares, tarefas domésticas ou deveres profissionais,
não chegando ao final das tarefas;
freqüentemente tem dificuldade na organização de suas
tarefas e atividades;
com freqüência evita, antipatiza ou reluta em envolver-se em
tarefas que exijam esforço mental constante (como tarefas escolares ou deveres de casa);
freqüentemente perde coisas necessárias para tarefas ou atividades;
é facilmente distraído por estímulos alheios à tarefa
principal que está executando;
com freqüência apresenta esquecimento
em atividades diárias;
Sintomas relacionados ao que se chama impulsividade
- freqüentemente dá respostas precipitadas antes
de as perguntas terem sido completadas;
- com freqüência tem dificuldade
para aguardar sua vez;
- freqüentemente interrompe ou se mete em assuntos de outros
(por exemplo, intrometendo-se em conversas ou brincadeiras de colegas).





Construção de 03 brinquedos, utilizando sucatas.
Explorar a utilidade didática dele, como brincar com ele, articular com a aprendizagem e apresentar para a classe de forma bem psicopedagogica.
O Jogo Ping-Pong na prática educativa
Desenvolve habilidades de raciocínio diante de situações que demandam respostas e contribui para a construção e organização do pensamento lógico-matemático. Além de aumentar a auto-estima e a confiança, diminui a dependência, desenvolve o sentido de cooperação, diminui a rejeição às tarefas, aumenta o interesse na participação das aulas, motiva, desenvolve a criatividade, aumenta a concentração e a atenção, diminui a indisciplina, também possibilita o desenvolvimento cognitivo do aluno, produzindo, construindo e aprimorando alguns conceitos matemáticos.
E ainda possibilita:
• A melhoria do desempenho físico, propiciando um espaço de socialização, desenvolvimento de habilidades e competências necessárias.
• Melhora a circulação sanguínea;
• Desenvolve a velocidade de raciocínio e habilidades;
• Melhora a coordenação motora e reflexos;
• Melhora a visão escrita e exercita os nervos dos olhos;
• Melhora a capacidade de aprendizado, concentração e raciocínio abstrato;
• É considerado um dos esportes que mais utiliza o cérebro;
• Possibilita a percepção do próprio corpo e domínio corporal;
• Desenvolve a lateralidade;
• Desenvolve e aprimora o relacionamento social.
Bilboquê

Bilboquê: É um brinquedo antigo de aproximadamente 475 anos que teve uma ampla disseminação pelo mundo, recebendo nomenclatura diferente em cada região. No Japão, o bilboquê recebe o nome de kendama; na maioria dos países latino-americanos, recebe o nome de balero.
Como pode ser trabalhado na sala de aula:
Sendo o brincar um ato de movimentar-se, a criança tem a possibilidade de expressar-se espontaneamente, utilizando o movimento como forma de aprendizagem sobre si e sobre o universo que a cerca, conhecendo seus próprios limites, desenvolvendo a capacidade de solucionar problemas.
Objetivos:
• Possibilitar a criança através da brincadeira com o bilboquê o desenvolvimento da motricidade, noção espacial e lateralidade.
• Aprimorar a capacidade de percepção e reflexo.
• Construir o próprio brinquedo através de materiais descartáveis, estimulando a criatividade dos alunos.
Jogo dos 10
Objetivos- trabalhar a contagem até 10, operações de subtração e adição, respeito às regras do jogo, esperar a sua vez de jogar.
Jogo utilizando 2 garrafas pets, 10 bolinhas de gude, fita adesiva larga e cartões de papel para registro dos pontos. O nome do jogo é "jogo dos 10" é uma espécie de bilboquê onde as crianças devem colocar as bolinhas de gude dentro do funil, ganha o jogo quem colocar mais bolinhas dentro do funil.

A brinquedoteca é um espaço de aprendizagens significativas, prazerosas e cooperativas. A criança aprende pelo manuseio de materiais, de cores, de tamanhos, de formas, de sons, de texturas e resistências diferentes. Com a riqueza do material lúdico e de sucata, reconhece, identifica as semelhanças e diferenças, abstrai, classifica, simboliza. Um ambiente lúdico tão rico, com certeza contribuirá para o desenvolvimento de experiências de sucesso no espaço escolar possibilitando à criança a oportunidade de desenvolver a iniciativa, a autonomia e enriquecer as interações sociais.
Os jogos proporcionam estratégias facilitadoras na construção do conhecimento, não esquecendo um planejamento prévio dessa ação, auxiliando assim, o raciocínio da criança, pois o jogo sendo bem direcionado faz deste ato de jogar por si só, suficientes para cumprir objetivos próprios e essenciais (predeterminados) para o desenvolvimento biopsicossocial da criança, porque ao jogar, a mesma está movimentando todos os músculos, o seu cognitivo (memória, percepção, etc.) e todo o envolvimento social, pois estará em contato com outras crianças, aprendendo também a perder e a ganhar, caracterizando uma situação de iniciativa em poder brincar com aquilo que é de seu interesse e de sua própria habilidade.

Que tudo que aprendemos seja luz para os nossos caminhos...
Que a amizade forjada nos tempos de estudos juntos seja maior que as distancias que agora vão nos separar.
Vivemos meses juntos e carregamos a marca da experiência, pois.
Sabemos que ninguém pode criar velhos companheiros de recordações em comuns, como horas vividas juntas, momentos de impulsos afetivos, empolgação com o novo, medos e alegrias.
Não chegamos ao fim, mas ao inicio de uma longa caminhada, porque enquanto acreditamos nos nossos sonhos, nada é por acaso.
A Mestre Gal Lyra pessoa singular e muito especial

Grande Mestre!
Amiga
Líder
Leal
Inteligente
Responsável e realista
A fetuosa, e autentica.

Não basta ensinar ao homem uma especialidade. Por que se tornará,assim uma máquina utilizavel e não uma personalidade. É necessario que adquira um sentimento, um senso prático daquilo que vale a pena ser aprendido, daquilo que é belo, do que é moralmente correto.
Einstein
Sucesso, harmonia e muito humanismo.
Para todos!
Karmem Amambahy
Karmem_2010@hotmail.com
12/11/2010



O Curso de Extensão em Psicopedagogia Hospitalar proporcionado pela Faculdade Batista Brasileira nos mostrou na pratica e na teoria a construção de pontes entre saúde e educação que desmistifica o pré-conceito e a idéia de que o pedagogo exerce sua função apenas em sala de aula.
A psicopedagogia hospitalar é um vasto leque de atuação do pedagogo. Ela busca oferecer assessoria e atendimento pedagógico humanístico tanto para o paciente quanto para o familiar, na busca de promover situações e atitudes educativas a partir do efetivo com o doente e com o ambiente. A atuação desse profissional extrapola a sua formação, gerando inúmeras possibilidades de transferência de conhecimento, apoiado pelos valores humanísticos e éticos no desenvolvimento humano. A ação do psicopedagogo hospitalar não deve perder de vista o alvo do seu trabalho – o ser humano - que no momento necessita de ajuda para soerguer-se de seu estado físico e psicológico acarretado pela doença ou hospitalização.
A psicopedagogia hospitalar, integrada em seu contexto: família, criança/adolescente, escola, profissionais da saúde e da educação e sociedade se faz necessário uma permanente vigilância da qualidade de suas ações. A fim de que continue progredindo na aprendizagem cultural, formativa e, muito especialmente, quanto ao modo de enfrentar a sua enfermidade, com vistas ao autocuidado e á prevenção de outras possíveis alterações na sua saúde. A responsabilidade assumida pelo psicopedagogo nas suas relações com os enfermos exige também experiência no plano da psicologia do desenvolvimento e da educação. No quadro de suas atividades, os hospitalizados têm assim, ocasião de exteriorizar situações conflituosas, por meio de múltiplas atividades psicopedagogicas. Atividades estas representadas de maneira lúdica, recreativa, como o envolvimento em atividades com musica e canções, dramatizações, desenhos e outras tantas possibilidades expressivas e evidenciadas em sua ação. Essa ação de humanizar é desenvolvida na coletividade, por meio de ações educativas formadoras e incentivadoras dos processos emancipatórios. O atendimento prestado em uma classe hospitalar é, também, fator que contribui para o enfrentamento do estresse da hospitalização. Também é mais uma oportunidade que possibilita a ampliação das habilidades e competências para enfrentar as demandas do mercado de trabalho. Atividades práticas e lúdicas contribuem para a adaptação, motivação e recuperação do paciente, proporcionando-lhes um ambiente físico, emocional e pedagógico saudável e enriquecedor. Ao deixar de pensar na doença, a criança/paciente envolve-se nas atividades, sente-se feliz e produtiva, cria expectativas para o futuro e para a volta ao convívio familiar e social.
A implantação de brinquedotecas em hospitais infantis é prevista Ana lei federal 11.104, de 21 /03/05, que passou a vigorar 180 dias após sua publicação, o que torna obrigatória a instalação de brinquedotecas em hospitais que oferecem internação pediátrica. A lei prevê penas de advertência, interdição, cancelamento da licença ou multa para os hospitais que não se adaptarem á nova norma. Se pensarmos no imaginário infanto-juvenil do ser humano, a brincadeira é parte estrutural de todo desenvolvimento. Não é um mero passatempo, promove socialização, criatividade, decisões e descoberta do mundo. A criação de brinquedotecas e as atividades desenvolvidas estão tendo efeitos muito gratificantes. Culturalmente o ambiente hospitalar é visto como local de sofrimento. A criança e o adolescente, com sua sensibilidade, podem sentir e absorver essa relação com muito maior intensidade que o adulto. Em conseqüência, respondem negativamente, nesse ambiente, com reações de impaciência, medo, tensão, indisciplina, choro, irritabilidade e outros. Diante disso a necessidade de espera cria grande dificuldade para a criança, para os pais ou responsáveis. O ato de espera passa a ter uma conotação de ameaça, de tortura criando, criando uma expectativa negativa, dificultando a interatividade entre ela, o ambiente e o medico na hora da consulta. Para amenizar esse contexto nasceu à idéia de se criar um ambiente hospitalar que ao contrario de representar uma ameaça, pudesse trazer conforto, alegria e descontração, surgindo assim um novo cenário com cadeirinha, mural interativo atividades com fantoches, musicas, jogos, e outras tantas modalidades relacionadas aos aspectos físicos, materiais e humanos. O trabalho do educador no campo pedagógico hospitalar pode ser ampliado e com isso surgiram novas oportunidades, mas ainda estamos caminhando a passos lentos. Também desenvolvemos trabalho de sensibilização e orientação didático hospitalar para os pais e/ou acompanhantes.
Realizamos atividades diversificadas, integrado e dinâmico esclarecendo as diferenças da rotina da internação, possibilitando o resgate da sua auto-estima.
Outra questão também fundamental para o trabalho no hospital diz respeito às questões éticas, isto é, toda a comunicação entre pacientes e profissionais das diversas áreas deve ser resguardada, respeitando assim, o direito de privacidade das informações de cada paciente, bem como, a confiança que o paciente deposita nas pessoas com que se relaciona.
É preciso algumas habilidades e competências para atuação da psicopedagogia hospitalar, como capacidade de apreciar a existência de medidas humanizadora (como presença de brinquedoteca, presença dos pais como acompanhantes integrais à internação) e integrá-las as atividades coerentes hospitalares. Valorizando a dimensão humana e subjetiva, presente em todo ato de assistência à saúde. Através desse trabalho pude perceber o quanto a psicopedagogia hospitalar é necessária para o tratamento do paciente. Oportuniza aos alunos internados acompanharem o processo de aprendizagem sem bloqueios ou atrasos. Essa nova vertente oferece subsídios educacionais e pedagógicos ao enfermo para ajudá-lo em sua recuperação, pois carinho, calor humano, atenção e afeto constituem elementos fundamentais para a saúde, física, espiritual e cognitiva.
No Brasil, a visão humanística que muitos hospitais procuram enfatizar, na sua pratica vem demonstrando que, não é só o corpo que dever ser “olhado, mas o ser integral, suas necessidades físicas, psíquicas e sociais”.Portanto cabe a nós psicopedagogos perceber as intenções subjetivas das respostas as necessidades do paciente e tomar iniciativas de quebrar barreiras e transpor muros da indiferença. O Estagio hospitalar foi uma experiência que proporcionou uma reflexão sobre tudo o que aprendemos no curso dando segurança e conhecimento pratico para a nossa trajetória profissional.Tivemos como referencia o hospital municipal de Euclides da Cunha, que oferece atendimento diversificado ao publico, a nossa proposta era de alguns dias de observação para que pudéssemos conhecer algumas patologias. Conhecer todo ambiente e processo. Leitos, pacientes, patologias para acompanharmos.
A idade e realidade dos pacientes eram diversificadas, sendo a maioria moradora da zona rural e de outras cidades circunvizinhas. Dentro de nossas observações levamos também em consideração as orientações da nossa professora Gal Lyra sobre comportamento e higiene.Pensar no paciente como um ser ativo que necessita de afeto, compreendendo esse desafio de vivenciar o processo da educação em um ambiente diferenciado da escola. É necessário que exista um vinculo com elas para que a aprendizagem flua de maneira proveitosa. Elaboramos diversas atividades desafiadoras e motivadoras com a finalidade de trazer as crianças para dentro desse processo. Trazer também a família e os acompanhantes para fazerem parte desse processo, pois a psicopedagogia hospitalar deve contar com o apoio dos familiares no decorrer do tempo, para que a recuperação e cura do paciente seja mais eficiente no tratamento desenvolvido.Inicialmente houve certa resistência de alguns funcionários na aceitação do nosso trabalho mas como diz Paulo Freire é preciso que o educando relacione-se com o meio que esta inserido, para que assim crie sua identidade pessoal, e possa relacionar aquilo que lhe foi mediado de forma significativa para si próprio. O estagio a ser desenvolvido no ambiente hospitalar terá duração de 30 horas de pratica com os pacientes com determinadas patologias que através de observações, acompanhamento, procuramos entender e compreender as constantes mudanças as quais passam. Os pacientes observados são muitos receptivos e na sua maioria mostram grande interesse ao novo. Muitas vezes encontram-se numa realidade de exclusão social afastados do ambiente familiar, da sua cidade, solitários e tristes, sem aceitar e entender aquela situação patológica.O foco da psicopedagogia hospitalar é justamente essa comunicação que se dá através da segurança, das brincadeiras. A criança, os pacientes em geral precisam “esquecer” a sua dor, voltando se para atividades educativas que proporcionem afeto, conforto e solidariedade em meio a esse momento de enfermidade.No primeiro momento após escolhermos os pacientes com determinadas patologias faremos a anamnese com intuito de conhecer melhor e elaborar as atividades de socialização e valorização da auto-estima com os quais realizaremos nas praticas pedagógicas.
Maria do Carmo Abreu Silva Amambahy

REFERENCIAS
BIERMANN, G. Acriança e a hospitalização - Documento destinado á classe médica. Roche, 1908




DIYNG YOUNG (Julia Roberts), UM GOLPE DO DESTINO, O ÓLEO DE LORENZO (Nolte Sarondan),
O filme de Patch Adams, o amor é contagioso de Robin Williams, passa uma mensagem de esperança, espalha bactéria ou vírus do amor.




A proposta da Psicopedagogia hospitalar é ser o interlocutor de todos os que passam por internações. Embasados na técnica e na pratica utilizando todo o seu conhecimento para criar um mundo onde as pessoas se preocupam umas com as outras. Promovendo a integração entre a criança, a família, a escola e o hospital, amenizando os traumas da internação e contribuindo para a interação social em busca da qualidade de vida intelectiva e sociointerativa.
A Psicopedagogia hospitalar contribui para a melhoria da qualidade de saúde e auto-estima dos pacientes internados proporcionando uma intervenção com ludicidade, humanização e aprendizagem, onde o psicopedagogo atuará de forma coesa, afetiva e humanizadora conectando-se com toda equipe multidisciplinar, criando um elo entre as especialidades, integrando novas ideias e ressignificando.
No processo de hospitalização se faz necessário a atuação do psicopedagogo que, devido sua formação interdisciplinar é um dos profissionais mais aptos a esta modalidade, para realizar diversas atividades, levantar a auto-estima e direcionar caminhos para que o paciente aprenda a conviver com as diversas dificuldades que irá ter que passar, por conseqüência de sua doença. Toda esta equipe acompanha, direta ou indiretamente, todas as etapas de uma internação, que em geral são enfrentadas de forma diferente por cada indivíduo hospitalizado.

A sensação de dor, por exemplo, é sentida diferentemente de acordo com a idade do paciente e de acordo com diferenças individuais. Nessa hora, nossa intervenção ganha uma razão de ser, mas não é ainda, necessariamente aquilo que traz a cura, logo, não é essencial. Ainda não é fácil de distinguir entre a dor e outras agressões de que a criança é a vítima separação da mãe, mudança de quadro, rostos e procedimentos desconhecidos.
Diante de um sujeito doente grave, as ações devem ser precisas e rápidas para que a relação de ajuda seja eficaz e útil. Não sugerimos trazer tarefas de longo desenrolar Os professores são preparados para enfrentar certas surpresas, mas não para evitá-las ou fugir delas.
Nossa intervenção leva em conta o estado emocional da criança que pede socorro quando se nega a uma atividade ou quando é agressiva. Em nossa escuta de Psicopedagogo, devemos agir por uma atividade que possa transpor o sofrimento de angústia, de solidão - Vasconcelos (2000).
Mesmo assim, muitas vezes as crianças não são capazes de expressar nem de reproduzir o que as faz temer, desenvolvendo angústias, fazendo surgir depressão, revolta ou desespero, ou ainda a possibilidade de regressão no nível de desenvolvimento. Mais uma vez, o psicopedagogo é aquele que faz diferença, trazendo o sentimento de valorização da vida, amor próprio, auto-estima, aceitação e segurança, é função do trabalho psicopedagógico que se insere na esfera hospitalar. Afinal, a aprendizagem é um processo tão amplo e grandioso que ocorre através de interações, em qualquer lugar.
O ambiente hospitalar é um local que emana diversos sentimentos e sensações: ora de doença ou saúde, de imensa tensão ou angústia ou então de alívio, cura ou consolo, sendo necessário que a criança seja devidamente orientada do seu processo patológico para que não seja recalcada no futuro. Assegurar-lhe uma boa recuperação em meio à inquietação oriunda da preocupação sobre o tratamento recomendado e o tempo de hospitalização. É necessário um novo olhar onde o paciente não seja visto de forma fragmentada, negando sua subjetividade, mas ter sensibilidade para conhecer melhor a realidade do paciente, ouvir suas queixas e encontrar, junto com ele, estratégias que facilitem a aceitação e a compreensão da doença. Esse contexto humanizador irá contribuir para um bem estar físico, cognitivo, afetivo e social.
É comum presenciarmos a despersonalização do paciente que é denominado como leito x, doente tal, visto como uma maquina e não como seres humanos. Não percebem que essa indiferença causa maléfica a saúde agravando o seu estado orgânico afetivo. Entendemos que, os estados psicológicos e afetivos contribuem de alguma forma para um aceleramento ou melhoria da doença e da dor.
Diante do sofrimento e dor cada criança reage de maneira adversa com agitação, agressividade, silêncio etc. tornando assim difícil de propor atividades psicopedagogicas, mas não podemos desistir deixar se contaminar pelas adversas reações que a doença ocasiona nas crianças, afinal estaremos ali para recuperar a auto-estima, cultivar esperança, e ajudar a enfrentar as situações que terá que vivenciar no hospital.
O ambiente hospitalar é caracterizado por ser um local frio, de sofrimento e dor, onde a criança se sente desprotegida, sozinha e desamparada, e é justamente esta imagem que deve ser mudada com a presença do psicopedagogo, inserindo o lúdico, com apoio de brinquedos, jogos e histórias para amenizar o enfrentamento dessa situação estressante e adversa que é a hospitalização, podendo ser realizado no próprio leito da criança ou na brinquedoteca hospitalar.
É no brincar, e somente no brincar, que o individuo, criança ou adulto, podes ser criativo e utilizar sua personalidade integral: e é somente sendo criativo que o individuo descobre o eu. (Winnicott,)

Além de ser uma forma de comunicação, a atividade lúdica conduz a relacionamentos grupais, facilitando o desenvolvimento e, portanto, a saúde infantil. Através do brincar no hospital a criança deixa sua imaginação e seus sentimentos livres, fortalecendo sua auto-estima e seu processo de recuperação, onde é possível mudar a imagem do hospital, para um ambiente mais humanizado e de integração, para que haja alegrias, vida e solidariedade. Tal função, de agente educador nesse cenário, torna-se fundamental como suporte psicológico, tanto para pacientes quanto para seus familiares.
As brinquedotecas no Brasil atualmente estão se adaptando à nova realidade porque, pela Lei nº 11.104, se 21 de março de 2005 de autoria da Deputada Luiza Erundina (BRASIL,2005) tornou-se obrigatória a instalação de brinquedotecas nos hospitais brasileiros. Esta lei surgiu a partir dos movimentos de humanização dos hospitais e simboliza que a inclusão do brinquedo neste ambiente, tem sido concebida como parte da assistência e do tratamento terapêutico dado às crianças e aos adolescentes hospitalizados. Neste processo está ocorrendo o reconhecimento das necessidades infanto-juvenis e do papel da brincadeira para promoção do bem estar físico e social no ambiente hospitalar. esse espaço é criado para permitir que a criança brinque de forma enriquecedora, sem que o adulto atrapalhe. É o momento mágico, onde a criatividade e imaginação predominam, além da oportunidade vivenciar suas expectativas, desejos e medos. Com base nas Leis percebe-se que de fato existe uma preocupação legítima em promover melhores condições de desenvolvimento para a criança hospitalizada, as quais devem incluir o brincar e o direito ao acompanhante, a autonomia, estabelecer vínculos, receber e dar afeto mesmo hospitalizado.
Vale ressaltar que, a brinquedoteca deve ser aberta a todas as crianças e mesmo as que estão impossibilitadas de saírem do leito o profissional de saúde deve levar o brinquedo até a ela. Porque Brincar é muito importante para a criança, pois é por meio desta ação que ela usufrua de plenas oportunidades que possibilita desenvolver novas competências e aprender sobre o mundo, sobre as pessoas, e sobre si mesma. A brinquedoteca socializa o brinquedo, resgata brincadeiras tradicionais, e é o espaço onde está assegurado á criança o direito de brincar.
A brinquedoteca hospitalar é de extrema importância para a aceitação da doença e para a boa evolução do tratamento além de tornar este ambiente mais acolhedor, também oportuniza situações de socialização e desenvolvimento das habilidades dos pacientes como: atenção, concentração, afetividade, cognição, dentre outras. É um espaço ideal para a criança esvaziar os sentimentos mobilizados pela hospitalização e encontrar mecanismos para enfrentar seus medos e angústias. Configura-se como um espaço de humanização, é uma alternativa para diminuir o trauma pelo qual a criança esta passando. Neste ambiente o psicopedagogo será um mediador entre o brinquedo e o individuo, proporcionando assim o brincar e vários outros aspectos positivos.
Por isso, a brinquedoteca está longe de ser um amontoado de brinquedos, pois, nas mãos das crianças esses objetos adquirem vida, transformam-se, vão além do real. É um mundo de trocas, onde a criança percebe o outro e percebe que não está sozinha, que é preciso cooperar, compartilhar e, algumas vezes competir, atitudes que ocorrem durante a atividade lúdica. A brinquedoteca além da função terapêutica que exerce, é de suma importância que haja compromisso de favorecer a aprendizagem da criança hospitalizada, possibilitando a continuidade de seu desenvolvimento escolar. Não se trata de transformar o hospital em uma escola, mas de proporcionar um ambiente no qual a criança possa, por meio do brincar, também aprender. Portanto, o lúdico tem fundamental importância durante a infância, ainda mais quando parte dessa etapa da vida transcorre no hospital. Que quando a criança está internada fica longe de seus pertences favoritos, família, amigos, escola e sua rotina, isso gera uma tristeza e uma resistência para aceitar o tratamento que ela tem que se submeter.
Temos que enfrentar as situações com controle emocional, exercitando o sentimento de amor, como toque carinhoso, abraço, sorriso ou ate mesmo um sofrer junto. Pois a hospitalização tem um impacto na vida da criança, levando a uma visível mudança de comportamento, tornando-se mais quieta e carente que o comum. Neste momento, não é apenas o cuidado clínico que se faz necessário para o processo de cura. Carinho e atenção são fatores relevantes para a recuperação do paciente.
Uma relevante experiência positiva do brincar no hospital é através de filme “Patch Adams. O amor é contagiante”. Transformando o ambiente hospitalar, local de dores e angústias, em um ambiente cheio de alegria e sorrisos em um público que muitas vezes não tinha nenhum motivo para sorrir. A experiência da alegria como fator potencializador de relações saudáveis junto a crianças hospitalizadas, seus pais e profissionais de saúde. Gerava um clima de descontração e felicidade e ao mesmo tempo, ajudava a criança a compreender o mundo do hospital, brincando. Ajudando-as a reagir e interagir para que o mundo de fora continuasse dentro do hospital.
Todo momento trabalhando afeto e cognição em mútua relação. Considerando que as emoções são indispensáveis para a nossa vida racional, ela nos faz únicos, e é justamente o nosso comportamento emocional que nos diferencia uns dos outros. Cada profissional ao se comprometer com sua atuação e ao aceitar do outro estará contribuindo para um amanhã melhor, celebrando a vida com menos patologias e mais saúde.
Em todos os hospitais como em qualquer instituição, existem regras e normas, que devem ser cumpridas para o bom andamento da instituição. Portanto não interfira no trabalho do outro profissional, pode ate discordar, e expor sua opinião, mas tudo feito com embasamento teórico que o psicopedagogo deve ter e não em achismo.
Ser sutil e fazer vínculos afetivos com todos os setores é preciso mostrar que não somos espiões da direção do hospital. Estudar sobre as doenças ali encontradas para nosso aperfeiçoamento profissional. Ser sempre amiga compartilhando com as equipes vitoria e dores. Distribuir energia positiva com sorrisos e clima amigável. É importante que o psicopedagogo tenha clareza de sua função no hospital, evitando assim, interferência no trabalho dos profissionais da saúde; deverá utilizar sua competência e suas habilidades para trabalhar em conjunto com esses profissionais.
Percebe-se que os desafios são muitos, dentre eles a valorização da importância do psicopedagogo em ambientes que não são a escola. É um campo de atuação que, aos poucos, vem conquistando seu espaço. Para isso tem que ser um profissional competente, ter engajamento e estar sempre se atualizando com os cursos que necessita para ser capaz de exercer bem a sua função contribuindo de forma eficaz para que o paciente sofra o mínimo possível. Poderá resgatar vários sentimentos como aceitação, autoestima, segurança e uma melhor qualidade de vida. Com ética, profissionalismo, sensibilidade e amor ao que se faz é possível realizar um bom trabalho psicopedagogico hospitalar.
Maria do Carmo Abreu Silva Amambahy – Graduada em Pedagogia e pós-graduada em Psicopedagogia Clínica Institucional e hospitalar

REFERENCIAS:
PORTO, Olívia. Psicopedagogia hospitalar: intermediando a humanização na saúde/Rio de Janeiro: Wak Ed.2008.120p.
MELLO, Daniella Reis. Psicopedagogia hospitalar – o vinculo afetivo da criança hospitalizada com a aprendizagem - Psicopedagoga pela UNESA, atuando em Instituição Hospitalar na área de Recursos Humanos
FILME. Patch Adams: O amor é contagiante. Dirigido por Tom Shadyac em 1998.
VASCONCELOS, Sandra Maia Farias. A Psicopedagogia hospitalar para crianças e adolescentes. Disponível em www.psicopedagogiaonline.com.br. Apresentado na Semana da Psicopedagogia da Universidade Estadual do Ceará - 2000. Acesso em: 28 de abril de 2003.
WEISS, Maria Lucia Lemme. Psicopedagogia Clínica: uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar- Rio de Janeiro: DP&A, 2001.8ª Ed.
BRASIL. Lei Federal N°11.104, de 21 de março de 2005. Disponível em:
. Acesso em 17 jul. 2009.




“No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra No meio do caminho tinha uma pedra”
Drummond
PSICOPEDAGOGIA HOSPITALAR
Se o objeto de estudo da Psicopedagogia é a aprendizagem humana e ela esta inserida em todas as atividades de nossas vidas, ela não poderá ficar fora do contexto hospitalar, pois os períodos de internação podem ser breves ou longos e, quando o paciente recebe alta, muitas vezes, precisa aprender a aprender a lidar com novas situações na vida.
A Proposta da Psicopedagogia Hospitalar é
Ser o interlocutor, não só de crianças mas também de todos aqueles que passam por internações, sejam elas curta, média ou de longa duração, doenças crônicas e de pacientes terminais.SOLIDARIEDADE
Os psicopedagogos hospitalares, embasados na técnica e na prática, utilizam todo o seu conhecimento para criar um mundo onde as pessoas se preocupam umas com as outras.
EDUCAR E CUIDAR
Longos períodos de internação necessitam da intervenção do psicopedagogo, trabalhando a auto-estima e a reintegração em seu grupo social.
Psicopedagogo Hospitalar
É um intermediador, porque ela dá voz ao paciente, ensina, aprende, reaprende em um eterno movimento, pois viver é um aprendizado constante.
Aprendizagem
Se aprendizagem é mudança de comportamento, somos profissionais das mudanças e da vida.Psicopedagogo e a Instituição Hospitalar
Estamos sós no começo dessa trajetória na área hospitalar, mas, com nossa dedicação, aperfeiçoamento, determinação ousadia e coragem, conseguiremos, sem dúvida, romper mais um paradigma – O Psicopedagogo na Instituição Hospitalar
O FAZER DO PSICOPADAGOGO HOSPITALAR
Grupos de Relacionamento
Grupos de Escuta e Acolhimento
Atendimento Individualizado (ao adulto e ao idoso)
Grupo interdisciplinar e multidisciplinar com a equipe hospitalar
Grupo: “Trabalhando A reaprender A viver” (em casos de alta)
Grupos de histórias, músicas, pinturas, artes e outras atividades lúdicas que possam ser adequadas ao ambiente hospitalar.
A Psicopedagogia Hospitalar
Surge como uma terceira força da Psicopedagogia que se organiza a partir de várias áreas de educação e Saúde. Trabalhando com a Criança, o adolescente, o adulto e o idoso. Mas, jamais poderá ser exclusiva da Infância.
Como Psicopedagogo Hospitalar
É imprescindível compreender o corpo de uma estrutura hospitalar, por se tratar de uma área relativamente nova, onde a Instituição Hospitalar não saberá o que pedir ao Psicopedagogo e cabe a ele mostrar o que pode acrescentar em benefício do paciente e da Instituição.Articular...
O psicopedagogo irá por em ação um questionamento e reflexão de como se adaptar a este novo ambiente, provido de regras, normas, valores e função social, as quais o mesmo deverá se conscientizar de sua identidade profissional e delimitar até onde vai a sua atuação e a do outro profissional, realizando o devido encaminhamento quando se fizer necessário.O Psicopedagogo e o Trabalho em equipe
Junto a equipe multidisciplinar atuará de forma coesa e nunca isoladamente ou fragmentada, é importante que haja um espaço para que os conhecimentos de ambos profissionais envolvidos neste contexto sejam integrados a novas ideias, compartilhadas e resignificadas, conhecer o olhar de cada um contribuirá para reconhecer as dificuldades pessoais e institucionais para por em ação uma atitude sistêmica. princípios
Na área humana toda atuação deve estar pautada em princípios éticos e bioéticos estabelecidos.
São direitos do ser humano que, em nenhum momento podem ser transgredidos:
Direito a Privacidade
Direito ao Sigilo
Direito ao Consentimento informado
Direito à auto-estima.
PROF. MSC. GLACIENE JANUÁRIO HOTTIS LYRA-2010

A aprendizagem é um processo evolutivo do aluno, particular e único, que varia de acordo com as questões internas ou externas da realidade sócio-cultural de cada indivíduo. Cada pessoa tem uma relação diferente com o saber. As circunstâncias internas variam de acordo com a maturação e o grau do desenvolvimento da criança, enquanto que os fatores externos dizem respeito ao meio que a criança está inserida, como família, amigos, escola, entre outras relações.
Cada aluno de uma mesma sala de aula tem seu momento específico de transformação interna, devido a inúmeros fatores que compõem o indivíduo. O espaço escolar, organizado de forma a privilegiar as particularidades deve ser organizado com jogos, passatempos, mini-bibliotecas, laboratórios de pesquisa, tapetes e almofadas para relaxamentos, oficina de artes e grupos de convivência. Estes recursos devem ficar a disposição das crianças para que possam interagir livremente e deste modo apropriarem-se de um lugar que realmente foi construído para que eles tenham acesso e desenvolvimento pleno.
A sala de aula fazendo uso de diferentes recursos para aprendizagem se passa a ser um espaço lúdico, privilegiando todas as diferenças de aprendizagem, principalmente quando encaramos a questão da inclusão. Ao referir-me sobre inclusão, penso que o grupo, mesmo com toda sua multiplicidade, deve ser uma unidade, de forma social e integradora. A cada ano, temos casos de deficiências ou dificuldades que nos são colocadas como um desafio.
Comumente, as escolas costumam encaminhar para tratamentos e consultórios, os casos ditos de inclusão. É a maneira mais prática da instituição resolver o problema, mas não a mais eficaz para o aluno, que necessita comunicar-se, interagir e dialogar com os saberes do mundo para desenvolver-se plenamente.
A sala de aula é um meio muito rico para resgatar e promover o funcionamento harmonioso do sujeito. É na escola que passam boa parte do seu tempo, onde fazem amizades e onde refletem seus anseios e angústias.
Os espaços diversificados na sala de aula funcionam como um recurso fundamental para a inclusão de alunos com dificuldades de aprendizagem. Porque através deles as habilidades e competências de cada um podem ser trabalhadas e exercitadas, de modo até mesmo terapêutico, pois o aluno horas interage com algo que tem dificuldade, mas que necessita aprender e horas manipula materiais que está muito acostumado a lidar, que fazem parte da sua inteligência como competência e habilidades próprias. Ensinar é uma vivência com experiências, interações e trocas que levam a criança a progredir e enriquecer suas diferentes etapas evolutivas.
Um primeiro passo a ser seguido é avaliar de forma global o nível de desenvolvimento dos seus alunos, para se propor atividades que desafiem todas as áreas e estágios existentes na turma. O trabalho em grupo é a chave da sala de aula diversificada. Cabe ao professor oferecer a estrutura do trabalho, deixando regras claras, organizando o ambiente e dinamizando as ações dos grupos. É importante fazer intervenções e desafios no decorrer das atividades.
O trabalho com divisão de tarefas privilegia as habilidades de cada aluno, promovendo o desenvolvimento da auto-estima e a integração das crianças. As atividades devem ser estimulantes com construções, leituras, apresentações, exposições, escritas, jogos e criações espontâneas. O professor deve promover, ao final de um tempo determinado: uma auto-avaliação dos grupos e uma avaliação da turma durante o trabalho sobre a validade das propostas e entendimentos. Este momento de trocas é fundamental, também, para que todos possam ter acesso ao conhecimento assimilado pelos colegas.
Este tipo de ação pedagógica exige muito mais do professor, no momento do planejamento, avaliação e intervenção. No entanto, rompe com as barreiras de relacionamentos entre adultos e crianças, tanto quanto na relação ensino/aprendizagem, sendo uma medida possível e acessível para o professor trabalhar com as diversidades na sala de aula, com foco preventivo e psicopedagógico.
Uma sala de sala de aula bem estruturada e organizada de modo a privilegiar os diversos tipos de habilidades e interesses dos alunos é um recurso importantíssimo para um aprendizado sadio na escola. A psicopedagogia nos auxilia nesta organização, trazendo elementos terapêuticos que podem e devem ser empregados pelo professor na sala de aula como meio de prevenção. Este ambiente de caráter preventivo se torna um espaço lúdico, que socializa os alunos e aproxima o adulto da criança, adulto este, que na figura do professor, faz o papel de mediador na sala de aula, sempre orientando e desafiando o aluno a cada vez mais alcançar metas e vencer as dificuldades. A organização do espaço escolar é uma maneira simples, ao alcance de todos professores que cria identidade, autonomia e cooperação nas turmas.



O ambiente escolar torna-se um meio de convívio social e de lazer, portanto um fator influente no desenvolvimento da capacidade moral do aluno que buscará cada vez mais se integrar com as pessoas a sua volta. Tem-se assim, a necessidade de um ambiente que forneça subsídios para tal integração. Estudar num ambiente agradável, reconhecendo a variedade de circunstâncias que cada escola apresenta, pode contribuir positivamente no processo de aprendizagem e ao mesmo tempo torna-se estimulante. A preocupação com o espaço físico onde o aluno estuda e fica pelo menos 4 horas com seus colegas e professor deve ser constante na escola, pois vemos que a preocupação na escola por parte dos pais e professores é apenas o estudo e deixam de lado o ambiente que é muito importante para que tudo dê certo.
Por Karmem Amambahy

FICHA DE OBSERVAÇAO:

1. Ela tem brincado ultimamente?
2. Quanto tempo fica nesta atividade?
3. O que faz com aquela brincadeira?
4. Brinca sozinha? Brinca com alguém?
5. Brinca em grupo?
6. O que ela esta expressando?
7. Quais as regras?
8. Como esta brincando?
9. Criou novas regras?
10. Permaneceu em regras impostas?
11. Qual a sua reação?
12. O que aparece neste jogo?
13. Para que serve este jogo ou brincadeira?
14. Como cuidar dos brinquedos?
15. Quais brinquedos prefere?

Primeira instituição de palhaços em hospitais fundada no Brasil, desde 1991 os Doutores da Alegria já visitaram cerca de 350 mil crianças e adolescentes hospitalizados, ou ainda 500 mil familiares, atuando com cerca de 10 mil profissionais de saúde. Trata-se de uma organização de utilidade pública, não-governamental e sem fins lucrativos, fundada pelo ator Wellington Nogueira, com base na experiência adquirida com o grupo Clown Care Unit de Nova Iorque. Atualmente está presente em três capitais brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro e Recife, e conta com 35 atores profissionais especializados na arte do palhaço e em técnicas circenses. Todos passam por uma seleção prévia, recebem treinamento específico para desempenhar seu trabalho junto aos jovens internados e são devidamente remunerados por essa intervenção artística.
Inovadores, são a única organização do gênero no mundo a contar com um Centro de Estudos próprio, responsável por pesquisar e difundir o conhecimento adquirido. Dentre suas ações, figuram a produção de pesquisas científicas, teses, publicação de livros e a parceria desde 2002 com o Ministério da Saúde, na área de formação profissional.
Para desenvolver suas ações, os Doutores da Alegria contam com o apoio da Lei de Incentivo à Cultura (do Ministério da Cultura) e com a parceria de diversas empresas e pessoas físicas. Seus recursos são captados por meio de sua Central de Sócios Mantenedores, da venda de produtos exclusivos e da realização de palestras. Não realizam nenhuma ação de captação de recursos (financeiros ou de qualquer outra natureza) em transportes públicos, cruzamentos de trânsito, instituições públicas ou serviços de telemarketing. Tampouco é cobrado dos hospitais e de pais das crianças e jovens internados para receber o trabalho dos artistas da organização.
O conhecimento adquirido pela instituição desde 1991 despertou a atenção de artistas, de profissionais da área da saúde interessados na humanização hospitalar e da classe empresarial, que vem investindo em palestras ministradas pelos Doutores da Alegria.
Por meio de seminários e oficinas práticas, os participantes puderam aprofundar o olhar e refletir sobre seu cotidiano de trabalho e relacionamentos. O Centro também disponibiliza um acervo sobre o assunto, como livros, artigos, documentos e teses. Já pelo site www.doutoresdaalegria.org.br, o usuário pode acessar o conceito e a finalidade do Centro, artigos, relatórios e links especializados sobre o assunto, novidades, eventos e seminários que estejam acontecendo, referências bibliográficas, a pesquisa dos efeitos que o humor exerce sobre a saúde, e o Fórum de Discussões, onde podem ser elaboradas e discutidas as mais variadas questões.
Ao completar quatorze anos de fundação, os Doutores da Alegria inovam mais uma vez ao lançar revista semestral que primará pela diversidade de temas e tratará também artigos de profissionais convidados, de diferentes áreas do saber
O caderno Boca Larga – Coleção Doutores da Alegria surgiu da necessidade do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da instituição de divulgar suas atividades, ampliando assim o seu alcance. A proposta da revista é tratar, a cada novo volume, de um tema diferente. Partindo da constatação de que há atualmente poucas publicações sobre palhaços e, mais ainda, sobre palhaços em hospitais, para esse volume inaugural foram escolhidos como assuntos a serem abordados a formação desse artista; qual a procedência histórica do palhaço brasileiro; ética e qualidade no trabalho de palhaços em hospitais.

Para Wellington Nogueira, fundador e coordenador artístico dos Doutores da Alegria, o primeiro volume da coleção Boca Larga auxiliará na formação de futuros artistas e no aprimoramento daqueles que já estão em contato com o público dos hospitais: “Bem fundamentados, podemos discutir e instigar cada vez mais ética e qualidade na atuação do palhaço, do artista cênico, do palhaço que vai para o hospital, do ator que busca novas formas de tocar seu público, do artista que busca novos públicos, de toda essa legião de pessoas cuja paixão e respeito pelo ofício de artista faz com que o mundo viva, perceba e encontre beleza, sentido, solução”.
De acordo com estudos recentes, o ato de rir beneficia a saúde do ser humano (comprovadamente, facilita a vasoconstricção e reduz o fluxo de sangue para a pele, diminuindo a sensibilidade cutânea e produzindo o relaxamento muscular). Mestre em psicologia responsável por uma pesquisa que constatou os benefícios da atuação dos Doutores da Alegria na recuperação de jovens hospitalizados, “Hoje sabemos de resultados importantes da intervenção dos palhaços – mudança de comportamento expressiva na criança alimentando-se melhor, aceitando medicações e exames, melhora da comunicação com pais e profissionais da saúde e a diminuição do stress da internação. Neste sentido esta revista pretende ser um espaço de encontro, conversa e conhecimento para temas que falem de humor, arte e desenvolvimento da saúde. Visa colaborar na construção de bases sólidas para que a atividade do palhaço se estabeleça como lugar de desenvolvimento cultural e transformação social”.






Aluno:
Data:
Curso: Período
Disciplina:
Professor:

1) Tema do filme:

2) Autor do filme:


3) Dados Positivos do filme:

4) Dados negativos do filme:


5) Mensagem final do filme para o nosso cotidiano:

6) Que mudaria no filme?


7) Qual a base de Pesquisa que você poderia extrair do filme?

Por Karmem Amambahy
Diante de todo o contexto envolvendo dificuldade de aprendizagem, é necessário que muito se reflita acerca de como podemos contribuir na aprendizagem desses alunos.
Temos que ter em mente que não há criança que não aprenda o que ocorre é que algumas aprendem de modo mais rápido, outras não. Sem sombras de dúvida, para o sucesso escolar desses alunos com dificuldade de aprendizagem falta uma associação de fatores que envolvam ambiente adequado + estímulo+ motivação + organismo, possibilitando que o professor na sua árdua tarefa de lidar com as mais diferentes adversidades saiba que antes de tudo, se faz necessário saber avaliar, distinguir e principalmente querer mudar, respeitando cada criança em seu estado de desenvolvimento.
Por que a dificuldade de aprendizagem é um déficit específico da atividade acadêmica, enquanto o distúrbio de aprendizagem é uma disfunção intrínseca da criança relacionada aos fatores neurológicos.
As crianças portadoras de distúrbio de aprendizagem não são incapazes de aprender, pois os distúrbios não é uma deficiência irreversível, mas uma forma de imaturidade que requer atenção e métodos de ensino apropriados. Os distúrbios de aprendizagem não devem ser confundidos com deficiência mental.
Considera-se que uma criança tenha distúrbio de aprendizagem quando: Não apresenta um desempenho compatível com sua idade. Apresenta discrepância entre seu desempenho e sua habilidade intelectual em uma ou mais das seguintes áreas; expressão oral e escrita, compreensão de ordens orais, habilidades de leitura e compreensão e cálculo e raciocínio matemático.
Apresenta problemas de aprendizagem em uma ou mais áreas. O problema de aprendizagem não é devido a deficiências visuais, auditivas, nem a carências ambientais ou culturais, nem problemas emocionais. Os diagnósticos são um emaranhado de situações associadas. A tomada de decisão diagnóstica envolve a ponderação da adequação de diferentes diagnósticos. Isto é um processo e as decisões diagnósticas não são possíveis até que haja dados suficientes.
Uma parte importante e às vezes negligenciada da avaliação da criança com distúrbios de aprendizagem é o fornecimento de um feedback ou retorno aos pais, a profissionais e ao aluno.
Os sintomas que aparecem ou são manifestados:
Distúrbios da atenção e concentração que retrata os comportamentos dos alunos.
Dificuldades de leitura manifestada pela aquisição das competências básicas relacionadas a fase de decodificação, como sendo a compreensão e interpretação de textos, as dificuldades de escrita e presença de erros ortográficos em geral.
Dificuldades na matemática, que se revelam na aquisição da noção de números, no lidar com quantidades e relações espaços-temporais e problemas de aquisição e utilização de estratégias para aprender, manifestados na falta de organização comprometendo o sucesso na aprendizagem.
E prestar atenção, compreender, aceitar, reter, transferir e agir são alguns dos componentes principais da aprendizagem.
As causas mais freqüentes para as dificuldades de aprendizagem são: Escola, Fatores cognitivos, Desenvolvimento da linguagem, Fatores afetivo-emocionais, Fatores ambientais (nutrição e saúde), Diferenças culturais e ou sociais.
Escola é onde estão incluídos os fatores intra-escolares como inadequação de currículos, de programas, de sistemas de avaliação, de métodos de ensino, e relacionamento professor - aluno. Vale salientar a necessidade de diferenciar com uma especial atenção, as crianças com dificuldades de aprendizagem das crianças com dificuldades escolares. Para elas essas últimas revelam a incompetência da instituição educacional no desempenho de seu papel social e não podem ser consideradas como problemas dos alunos.
É comum ainda vermos professores usando material de ensino desestimulante, desatualizado, totalmente desprovido de significado para os alunos, sem levar em consideração suas diferenças individuais. O aluno não se envolve no processo de ensino-aprendizagem e fica mais difícil a assimilação de conhecimentos.
Não podemos considerar essas crianças defeituosas, ou deficientes, elas podem sim aprender! É preciso procurar uma forma de ensino e não algo que esteja errado na criança. É provável que seu método de ensino e a forma de aprendizagem pela criança estejam em defasagem. Nem a criança nem o professor devem ser responsabilizados por isso, mas o professor pode ser responsável se não tentar algo mais.
O papel da escola é desenvolver o potencial de cada um, respeitando as características individuais do aluno e sempre procurando reforçar os pontos fracos e auxiliando na superação dos pontos fracos, evitando dessa forma que as dificuldades que as crianças possuem na sejam motivos para serem excluídas no processo de aprendizagem e muito menos possam ser rotuladas ou discriminadas.
Outro fator no papel da escola é a família, pois permite a troca de experiência entre pais e professores. É muito importante que haja uma integração entre ambos. Tanto os pais quanto os professores precisam entender que as dificuldades que a criança possua não é culpa de ninguém, e que se tiver um trabalho em conjunto todos serão beneficiados, principalmente a criança.


Referências Bibliográficas
• FONSECA, V. Introdução às dificuldades de aprendizagem. 2 ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
• CIASCA, Sylvia M. Distúrbio de Aprendizagem: Proposta de Avaliação Interdisciplinar. S.P: Casa do Psicólogo, 2003. Pp 19 – 29.
• PENNINGTON, Bruce F. Diagnóstico de Distúrbios de Aprendizagem. S.P: Pioneira, 1997. Pp 34 – 40. Cap.3, Parte I.



PSICOPEDAGOGIA HOSPITALAR – O VINCULO AFETIVO DA CRIANÇA HOSPITALIZADA COM A APRENDIZAGEM.

Por Maria do Carmo A.S.Amambahy

A proposta da Psicopedagogia hospitalar é ser o interlocutor de todos os que passam por internações. Embasados na técnica e na pratica utilizando todo o seu conhecimento para criar um mundo onde as pessoas se preocupam umas com as outras. Promovendo a integração entre a criança, a família, a escola e o hospital, amenizando os traumas da internação e contribuindo para a interação social em busca da qualidade de vida intelectiva e sociointerativa.
A Psicopedagogia hospitalar contribui para a melhoria da qualidade de saúde e auto-estima dos pacientes internados proporcionando uma intervenção com ludicidade, humanização e aprendizagem, onde o psicopedagogo atuará de forma coesa, afetiva e humanizadora conectando-se com toda equipe multidisciplinar, criando um elo entre as especialidades, integrando novas ideias e ressignificando.
No processo de hospitalização se faz necessário a atuação do psicopedagogo que, devido sua formação interdisciplinar é um dos profissionais mais aptos a esta modalidade, para realizar diversas atividades, levantar a auto-estima e direcionar caminhos para que o paciente aprenda a conviver com as diversas dificuldades que irá ter que passar, por conseqüência de sua doença. Toda esta equipe acompanha, direta ou indiretamente, todas as etapas de uma internação, que em geral são enfrentadas de forma diferente por cada indivíduo hospitalizado.

A sensação de dor, por exemplo, é sentida diferentemente de acordo com a idade do paciente e de acordo com diferenças individuais. Nessa hora, nossa intervenção ganha uma razão de ser, mas não é ainda, necessariamente aquilo que traz a cura, logo, não é essencial. Ainda não é fácil de distinguir entre a dor e outras agressões de que a criança é a vítima separação da mãe, mudança de quadro, rostos e procedimentos desconhecidos.
Diante de um sujeito doente grave, as ações devem ser precisas e rápidas para que a relação de ajuda seja eficaz e útil. Não sugerimos trazer tarefas de longo desenrolar Os professores são preparados para enfrentar certas surpresas, mas não para evitá-las ou fugir delas.
Nossa intervenção leva em conta o estado emocional da criança que pede socorro quando se nega a uma atividade ou quando é agressiva. Em nossa escuta de Psicopedagogo, devemos agir por uma atividade que possa transpor o sofrimento de angústia, de solidão - Vasconcelos (2000).
Mesmo assim, muitas vezes as crianças não são capazes de expressar nem de reproduzir o que as faz temer, desenvolvendo angústias, fazendo surgir depressão, revolta ou desespero, ou ainda a possibilidade de regressão no nível de desenvolvimento. Mais uma vez, o psicopedagogo é aquele que faz diferença, trazendo o sentimento de valorização da vida, amor próprio, auto-estima, aceitação e segurança, é função do trabalho psicopedagógico que se insere na esfera hospitalar. Afinal, a aprendizagem é um processo tão amplo e grandioso que ocorre através de interações, em qualquer lugar.
O ambiente hospitalar é um local que emana diversos sentimentos e sensações: ora de doença ou saúde, de imensa tensão ou angústia ou então de alívio, cura ou consolo, sendo necessário que a criança seja devidamente orientada do seu processo patológico para que não seja recalcada no futuro. Assegurar-lhe uma boa recuperação em meio à inquietação oriunda da preocupação sobre o tratamento recomendado e o tempo de hospitalização. É necessário um novo olhar onde o paciente não seja visto de forma fragmentada, negando sua subjetividade, mas ter sensibilidade para conhecer melhor a realidade do paciente, ouvir suas queixas e encontrar, junto com ele, estratégias que facilitem a aceitação e a compreensão da doença. Esse contexto humanizador irá contribuir para um bem estar físico, cognitivo, afetivo e social.
É comum presenciarmos a despersonalização do paciente que é denominado como leito x, doente tal, visto como uma maquina e não como seres humanos. Não percebem que essa indiferença causa maléfica a saúde agravando o seu estado orgânico afetivo. Entendemos que, os estados psicológicos e afetivos contribuem de alguma forma para um aceleramento ou melhoria da doença e da dor.
Diante do sofrimento e dor cada criança reage de maneira adversa com agitação, agressividade, silêncio etc. tornando assim difícil de propor atividades psicopedagogicas, mas não podemos desistir deixar se contaminar pelas adversas reações que a doença ocasiona nas crianças, afinal estaremos ali para recuperar a auto-estima, cultivar esperança, e ajudar a enfrentar as situações que terá que vivenciar no hospital.
O ambiente hospitalar é caracterizado por ser um local frio, de sofrimento e dor, onde a criança se sente desprotegida, sozinha e desamparada, e é justamente esta imagem que deve ser mudada com a presença do psicopedagogo, inserindo o lúdico, com apoio de brinquedos, jogos e histórias para amenizar o enfrentamento dessa situação estressante e adversa que é a hospitalização, podendo ser realizado no próprio leito da criança ou na brinquedoteca hospitalar.
É no brincar, e somente no brincar, que o individuo, criança ou adulto, podes ser criativo e utilizar sua personalidade integral: e é somente sendo criativo que o individuo descobre o eu. (Winnicott,)

Além de ser uma forma de comunicação, a atividade lúdica conduz a relacionamentos grupais, facilitando o desenvolvimento e, portanto, a saúde infantil. Através do brincar no hospital a criança deixa sua imaginação e seus sentimentos livres, fortalecendo sua auto-estima e seu processo de recuperação, onde é possível mudar a imagem do hospital, para um ambiente mais humanizado e de integração, para que haja alegrias, vida e solidariedade. Tal função, de agente educador nesse cenário, torna-se fundamental como suporte psicológico, tanto para pacientes quanto para seus familiares.
As brinquedotecas no Brasil atualmente estão se adaptando à nova realidade porque, pela Lei nº 11.104, se 21 de março de 2005 de autoria da Deputada Luiza Erundina (BRASIL,2005) tornou-se obrigatória a instalação de brinquedotecas nos hospitais brasileiros. Esta lei surgiu a partir dos movimentos de humanização dos hospitais e simboliza que a inclusão do brinquedo neste ambiente, tem sido concebida como parte da assistência e do tratamento terapêutico dado às crianças e aos adolescentes hospitalizados. Neste processo está ocorrendo o reconhecimento das necessidades infanto-juvenis e do papel da brincadeira para promoção do bem estar físico e social no ambiente hospitalar. esse espaço é criado para permitir que a criança brinque de forma enriquecedora, sem que o adulto atrapalhe. É o momento mágico, onde a criatividade e imaginação predominam, além da oportunidade vivenciar suas expectativas, desejos e medos. Com base nas Leis percebe-se que de fato existe uma preocupação legítima em promover melhores condições de desenvolvimento para a criança hospitalizada, as quais devem incluir o brincar e o direito ao acompanhante, a autonomia, estabelecer vínculos, receber e dar afeto mesmo hospitalizado.
Vale ressaltar que, a brinquedoteca deve ser aberta a todas as crianças e mesmo as que estão impossibilitadas de saírem do leito o profissional de saúde deve levar o brinquedo até a ela. Porque Brincar é muito importante para a criança, pois é por meio desta ação que ela usufrua de plenas oportunidades que possibilita desenvolver novas competências e aprender sobre o mundo, sobre as pessoas, e sobre si mesma. A brinquedoteca socializa o brinquedo, resgata brincadeiras tradicionais, e é o espaço onde está assegurado á criança o direito de brincar.
A brinquedoteca hospitalar é de extrema importância para a aceitação da doença e para a boa evolução do tratamento além de tornar este ambiente mais acolhedor, também oportuniza situações de socialização e desenvolvimento das habilidades dos pacientes como: atenção, concentração, afetividade, cognição, dentre outras. É um espaço ideal para a criança esvaziar os sentimentos mobilizados pela hospitalização e encontrar mecanismos para enfrentar seus medos e angústias. Configura-se como um espaço de humanização, é uma alternativa para diminuir o trauma pelo qual a criança esta passando. Neste ambiente o psicopedagogo será um mediador entre o brinquedo e o individuo, proporcionando assim o brincar e vários outros aspectos positivos.
Por isso, a brinquedoteca está longe de ser um amontoado de brinquedos, pois, nas mãos das crianças esses objetos adquirem vida, transformam-se, vão além do real. É um mundo de trocas, onde a criança percebe o outro e percebe que não está sozinha, que é preciso cooperar, compartilhar e, algumas vezes competir, atitudes que ocorrem durante a atividade lúdica. A brinquedoteca além da função terapêutica que exerce, é de suma importância que haja compromisso de favorecer a aprendizagem da criança hospitalizada, possibilitando a continuidade de seu desenvolvimento escolar. Não se trata de transformar o hospital em uma escola, mas de proporcionar um ambiente no qual a criança possa, por meio do brincar, também aprender. Portanto, o lúdico tem fundamental importância durante a infância, ainda mais quando parte dessa etapa da vida transcorre no hospital. Que quando a criança está internada fica longe de seus pertences favoritos, família, amigos, escola e sua rotina, isso gera uma tristeza e uma resistência para aceitar o tratamento que ela tem que se submeter.
Temos que enfrentar as situações com controle emocional, exercitando o sentimento de amor, como toque carinhoso, abraço, sorriso ou ate mesmo um sofrer junto. Pois a hospitalização tem um impacto na vida da criança, levando a uma visível mudança de comportamento, tornando-se mais quieta e carente que o comum. Neste momento, não é apenas o cuidado clínico que se faz necessário para o processo de cura. Carinho e atenção são fatores relevantes para a recuperação do paciente.
Uma relevante experiência positiva do brincar no hospital é através de filme “Patch Adams. O amor é contagiante”. Transformando o ambiente hospitalar, local de dores e angústias, em um ambiente cheio de alegria e sorrisos em um público que muitas vezes não tinha nenhum motivo para sorrir. A experiência da alegria como fator potencializador de relações saudáveis junto a crianças hospitalizadas, seus pais e profissionais de saúde. Gerava um clima de descontração e felicidade e ao mesmo tempo, ajudava a criança a compreender o mundo do hospital, brincando. Ajudando-as a reagir e interagir para que o mundo de fora continuasse dentro do hospital.
Todo momento trabalhando afeto e cognição em mútua relação. Considerando que as emoções são indispensáveis para a nossa vida racional, ela nos faz únicos, e é justamente o nosso comportamento emocional que nos diferencia uns dos outros. Cada profissional ao se comprometer com sua atuação e ao aceitar do outro estará contribuindo para um amanhã melhor, celebrando a vida com menos patologias e mais saúde.
Em todos os hospitais como em qualquer instituição, existem regras e normas, que devem ser cumpridas para o bom andamento da instituição. Portanto não interfira no trabalho do outro profissional, pode ate discordar, e expor sua opinião, mas tudo feito com embasamento teórico que o psicopedagogo deve ter e não em achismo. Ser sutil e fazer vínculos afetivos com todos os setores é preciso mostrar que não somos espiões da direção do hospital. Estudar sobre as doenças ali encontradas para nosso aperfeiçoamento profissional. Ser sempre amiga compartilhando com as equipes vitoria e dores. Distribuir energia positiva com sorrisos e clima amigável. É importante que o psicopedagogo tenha clareza de sua função no hospital, evitando assim, interferência no trabalho dos profissionais da saúde; deverá utilizar sua competência e suas habilidades para trabalhar em conjunto com esses profissionais.
Percebe-se que os desafios são muitos, dentre eles a valorização da importância do psicopedagogo em ambientes que não são a escola. É um campo de atuação que, aos poucos, vem conquistando seu espaço. Para isso tem que ser um profissional competente, ter engajamento e estar sempre se atualizando com os cursos que necessita para ser capaz de exercer bem a sua função contribuindo de forma eficaz para que o paciente sofra o mínimo possível. Poderá resgatar vários sentimentos como aceitação, autoestima, segurança e uma melhor qualidade de vida. Com ética, profissionalismo, sensibilidade e amor ao que se faz é possível realizar um bom trabalho psicopedagogico hospitalar.
Maria do Carmo Abreu Silva Amambahy – Graduada em Pedagogia e pós-graduada em Psicopedagogia Clínica Institucionale Hospitalar

REFERENCIAS:
PORTO, Olívia. Psicopedagogia hospitalar: intermediando a humanização na saúde/Rio de Janeiro: Wak Ed.2008.120p.
MELLO, Daniella Reis. Psicopedagogia hospitalar – o vinculo afetivo da criança hospitalizada com a aprendizagem - Psicopedagoga pela UNESA, atuando em Instituição Hospitalar na área de Recursos Humanos
FILME. Patch Adams: O amor é contagiante. Dirigido por Tom Shadyac em 1998.
VASCONCELOS, Sandra Maia Farias. A Psicopedagogia hospitalar para crianças e adolescentes. Disponível em www.psicopedagogiaonline.com.br. Apresentado na Semana da Psicopedagogia da Universidade Estadual do Ceará - 2000. Acesso em: 28 de abril de 2003.
WEISS, Maria Lucia Lemme. Psicopedagogia Clínica: uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar- Rio de Janeiro: DP&A, 2001.8ª Ed.
BRASIL. Lei Federal N°11.104, de 21 de março de 2005. Disponível em:
. Acesso em 17 jul. 2009.

Os problemas da criança com transtornos de aprendizagem residem nas áreas de percepção, atenção, memória, associação e fixação de informações. O problema de crianças com transtornos de aprendizagem às vezes tem sido formulado como localizado na deficiência de controle de impulsos que revelam. Parece que emitem, sem pensar, a primeira resposta disponível (muitas vezes errada), ao invés de examinarem as alternativas com cuidado e planejarem. Embora a ausência de controle de impulsos possa ser também interpretada como incapacidade de manter atenção seletiva, essa formulação levou a pesquisas consideráveis destinadas a ajudar as crianças a atingirem maneiras mais adequadas de reação. Isto se faz ensinando-se às crianças afirmações verbais envolvendo auto-instrução e auto-orientação. Muitos pesquisadores registram que esses métodos auxiliaram crianças impulsivas, com transtornos de aprendizagem, a melhorar seu desempenho em tarefas que requerem cuidado, planejamento e a consideração de alternativas.
Um método especialmente eficaz parece ser o de exemplificação de estratégias de reação adequada, e, desde que possa ser apresentado em filme, tem um potencial educativo empolgante. Todavia, a eficácia básica dessa abordagem em termos de desempenho escolar melhorado não foi demonstrada de forma conclusiva, para o que se aguardam os resultados de mais pesquisas.
Reconhecemos o fato de que isto é um dilema para o educador que precisa testar e auxiliar crianças de imediato. Alan Ross alerta:
Considere a que a criança com transtornos de aprendizagem é uma criança cujo desenvolvimento se processou mais lentamente do que outras crianças, especialmente na área da atenção seletiva. Não considere essa criança defeituosa, deficiente ou permanentemente inapta. As crianças com transtornos de aprendizagem podem aprender!
Se uma criança não consegue aprender, procure uma forma diferente de ensino. Não procure algo que esteja errado na criança. É provável que seu método de ensino e a forma de aprendizagem pela criança estejam em defasagem. Nem a criança, nem você, devem ser responsabilizadas por isso, mas você pode se responsabilizado se não tentar algo mais.
Não se amedronte por legendas imaginosas. "Dislexia" é um esforço para dizer em grego que a criança não pode ler! "Hiperatividade" significa que a criança se movimenta mais do que alguns de nós desejaríamos. Nenhuma palavra explica nada.
Não aceite como verdade as coisas que "todo o mundo conhece".
Seja céptico. Não pergunte: "Quem disse isso?", mas "Como eles sabem".

Depois de mais de dez anos publicando artigos e livros específicos sobre os distúrbios de aprendizagem, ainda deparo-me com muitos profissionais desinformados, pregando a "troca de letras" e a imaturidade emocional como características dos distúrbios de aprendizagem. E não só afirmam, como alguns têm a coragem e, por que não dizer, a ignorância de publicar artigos afirmando isso.

A partir daí, cria-se a confusão, algum "desavisado" lê o artigo, acha que está corretíssimo (por que não tem parâmetros para divergir da publicação), sai divulgando o artigo e, logo, uma grande massa está repetindo erradamente um conceito, no mínimo, ultrapassado. Isso quando o "corajoso autor" não participa de algum programa televisivo e dispara a vender livros, ai sim é que o assunto distorce a proporções estratosféricas.

Antes de mais nada, são inúmeros os distúrbios de aprendizagem, ao contrário do que muitos insistem em afirmar, não existem somente "Dislexia", "Disgrafia", "Discalculia" e "DDA" que até hoje é confundido com TDAH. Além desses, são muitos os distúrbios, alguns com sintomas parecidos e, por isso, necessitando de uma grande experiência e sensibilidade do profissional que se propõe a atender os pacientes, pois, em alguns casos, um único detalhe, um sintoma a mais ou a menos, pode mudar totalmente o diagnóstico e, conseqüentemente, o tratamento e método a seguir.

Torna-se impossível elucidar todo o assunto em apenas um artigo. É, de fato, impossível descrever todos os sintomas e tratamentos específicos de cada sintoma, para isso, tenho três livros que indicarei ao final dessa matéria para que o leitor tenha uma boa base. Mas, neste artigo é possível que eu, ao menos, esclareça o básico dos distúrbios de aprendizagem.

O principal fator a esclarecer é a questão psicológica. Não há dúvidas de que portar algum distúrbio seja ele de aprendizagem ou de comportamento torna o indivíduo mais sujeito à baixa auto-estima, timidez ou hiperatividade e outras "reações" relacionadas ao distúrbio, mas, daí a sair acreditando que o fator psicológico possa, sozinho, influenciar um distúrbio significativo de aprendizagem é, no mínimo, imaturidade de quem crê e não do paciente.

Deve-se levar em conta que, quem apresenta um distúrbio, geralmente, tem o fator psicológico abalado e necessita mesmo de acompanhamento, mas, este, deve ser um dos acompanhamentos, aliado ao tratamento do distúrbio em si e não como, erradamente, se prega, como tratamento único, como se apenas passar por sessões de análise ou de terapia pudesse sanar qualquer distúrbio.

Especificamente falando dos distúrbios de aprendizagem, excluindo-se os de origem psicológica que são, geralmente, a minoria, na realidade a grande maioria dos casos é, comprovadamente, causada por algum fator neurológico, ocasionado por situações de privação de oxigênio (anoxia) seja perinatal (ou neonatal) seja por algum outro acidente e outros fatores que não cabem serem citados neste artigo que pretende ser introdutório.

Partindo-se deste princípio, surge o psicopedagogo que deve (ou deveria) entender isso a fundo e estar apto a detectar os diferentes sintomas de cada distúrbio e, feito isso, saber encaminhar os pacientes aos respectivos profissionais (neurologista, neuropsicólogo, psiquiatra, entre outros, dependendo da gravidade do caso). E, a partir daí, o psicopedagogo poderia sim, tratar o referido paciente usando as técnicas psicopedagógicas que aprendeu na faculdade, mas nunca imaginando que sejam suficientes de forma isolada.

O psicopedagogo deve saber trabalhar em conjunto com outros profissionais tendo consciência de que só poderá usar de recursos como jogos e terapias específicas e, sempre em conjunto com outro profissional, nunca de forma isolada, achando que somente tratando o fator psicológico obterá bons resultados.

Neste ponto vale lembrar que muitos casos citados e tratados como distúrbios, na verdade são quadros normais a alguma faixa etária, ou seja, o que parece distúrbio, é um comportamento normal em determinada idade, a medida em que a criança cresce, amadurece, passa a não apresentar mais os "sintomas" e o profissional despreparado (ou charlatão, mesmo) fica com a fama de ter "curado" o paciente. Da mesma forma, há casos tão graves que, depois de um período crítico, estacionam, dando a impressão de "cura", ao interromper-se o tratamento imaginando esta cura, erra-se cegamente, pois, os sintomas podem voltar a qualquer momento, até anos depois de forma muito mais incontrolada. Está ai o grave erro de se detectar tudo como psicológico ou acreditar que um distúrbio não detectado por exames comuns seja inofensivo.

Este é um assunto muito complexo e extenso, impossível, esclarecer num único artigo. Por isso vou recomendar alguns livros de minha autoria (confio no que pesquiso, comprovo, escrevo e publico, por isso, indico meus livros)..

São eles: "Problemas de aprendizagem na pré escola", que mostra o que é normal, problemático e distúrbio no desenvolvimento de crianças de zero a cinco anos "A escola produtiva" e "Distúrbios de aprendizagem/comportamento" que são verdadeiros dicionários dos distúrbios de aprendizagem, mostrando sintomas e tratamentos específicos de cada distúrbio. Alguns títulos estão esgotados em livrarias, mas ainda é possível encontra-los na Editora WAK
Lou de Olivier
http://www.loudeolivier.com.br/materias/disturbios_aprendizagem.htm

Crianças hiperativas são crianças agitadas, inquietas e com muitas dificuldades de estabelecer ordens e regras. Elas não conseguem ficar paradas para ouvir uma explicação. São também desatentas, impulsivas e com atividades motoras excessivas. Mas hiperatividade não é uma doença, e sim um sintoma que pode acompanhar tanto a criança com deficiência mental, autista, síndrome genética, como também crianças mal educadas e sem limites.
Quando a TDAH atrapalha na aprendizagem?
Normalmente, a criança hiperativa não consegue controlar seu comportamento a despeito de sua inteligência. Sua tendência é se ater a circunstâncias secundárias frente a uma explicação que está sendo dada pelo professor – geralmente, está envolvida numa atividade mais improdutiva durante a aula. O comportamento da criança hiperativa é não-reativo às intervenções normais do professor. O que poderá ser interpretado como desobediência e conduz a uma cobrança mais rígida do professor. Esta situação agrava o problema aumentando a frustração do professor e da criança, podendo levar a utilização de instrumentos punitivos e o convite para mudança de escola.
As dificuldades de aprendizagem tanto podem ter origem orgânica, como também, provenientes das crises familiares vivenciadas pela criança. É constatada a importância do vinculo familiar e a força que ela transmite nas crenças que são passadas de pais para filhos.
Quanto à escola há necessidade de trabalhar em sala de aula uma educação que valorize o ser humano em todos os aspectos, pautada em valores humanos.
Isabel Parolin comenta que os hábitos de vida influenciam no desenvolvimento.
É necessário buscar soluções para o transtorno com todos os envolvidos (criança, família, escola) e também com profissionais especializados (médicos, psicólogos, terapeutas) todos trabalhando em conjunto para uma melhor compreensão dessa criança para que ela possa se relacionar melhor com aqueles que estão interagindo com ela.
Já é comprovado que este distúrbio pode ter componente genético.
Sintomas do TDAH:
Distração – impulsividade – hiperatividade.
Algumas características:
• Com freqüência mexe ou sacode os pés e mãos, se remexendo no assento, se levanta da carteira.
• É facilmente distraída por estímulos externos.
• Tem dificuldade de esperar sua vez em brincadeiras ou em situação de grupo.
• Com freqüência dispara respostas para perguntas que ainda não foram completadas.
• Tem dificuldade em seguir instruções e ordem.
• Tem dificuldade em manter a atenção em tarefa ou mesmo atividades lúdicas.
• Freqüentemente muda de uma atividade inacabada para outra.
• Tem dificuldade em brincar em silencio ou tranqüilamente.
• Às vezes, fala excessivamente.
• Vive perdendo itens necessários para tarefas ou atividades escolares.

Algumas crianças podem estar passando por algum sintoma de TDAH, como desatenção, comportamentos agitados e até mesmo dificuldades no seu rendimento escolar, em conseqüência de alguns problemas emocionais.
“É inadmissível aceitar como diagnóstico da causa da dificuldade no aprendizado a “doença” denominada “hiperatividade”. Na maioria das vezes é mais cômodo para os pais ter esse parecer, de que procurar saber o que está por trás do sintoma. Os pais precisam estar atentos para não se deixarem levar por informações que não estão fundamentadas, pois nem toda criança agitada é portadora de TDAH.
É comum ouvirmos algumas pessoas falarem dessa forma: “aquele menino não para, deve ser hiperativo”, afirmam isso sem estarem embasados em fundamentação teórica.
A hiperatividade é considerada um distúrbio biopsicossocial que atinge de 3% a 5% das crianças em idade escolar, de preferência meninos. Cresce a preocupação em relação aos cuidados e tratamentos a essas crianças, pois ainda existem pais que preferem aguardar que essa fase passe ou não, para a partir daí, ver qual é a forma mais eficaz de trabalhar essa criança, o que acaba sendo uma tamanha irresponsabilidade e descaso com o déficit da criança, podendo mais tarde, vir afetar a sua adolescência no que se refere à aprendizagem, como também nos relacionamentos.
Como é importante o processo de avaliação do comportamento de uma criança, pois nem todo aluno agitado, sem limite e desatencioso é hiperativo. Na maioria das vezes, quando é solucionada alguma questão familiar, o sintoma na criança desaparece. Mais uma vez é comprovado o quanto a força do vínculo familiar interfere nos processos familiares, em determinadas crianças.
Como ajudar esse aluno?
Tanto a família como os profissionais e a escola devem constantemente estar conversando a respeito de uma estratégia metodológica, que melhor se adapte a essa criança. Como diz Parolin (2005), “entendo que uma família ou uma escola que tem uma criança com TDAH não tem um problema, mas uma situação para administrar. Porem se não for encarada com seriedade, competência e sensibilidade, aí sim, pode vir a tornar-se um transtorno em suas vidas”.
“Cada família tem suas crenças, seus medos, suas ideologias e seus objetivos e isso reflete no cotidiano do grupo familiar e que tudo está relacionado à história dos antepassados dos pais e se estende no dia a dia dos filhos”.
Como a família lida com o sintoma?
Nessa perspectiva de procurar compreender essa criança com TDAH, há algo que precisa ser entendido, os ciclos evolutivos. Todas as famílias passam por esses processos. Precisamos quebrar os paradigmas modificando as nossas crenças para podermos avançar. É necessário revermos nossas posturas a determinados acontecimentos, essa concepção de mundo que carregamos ao longo da nossa existência, na maioria das vezes nos atrapalha. É comum ouvirmos: “Pra que mudar se sempre deu certo dessa forma, essas inovações não vão ajudar em nada...”.
Ter um filho com TDAH afeta sentimentos e a maioria dos pais não estão preparados para essa situação. A relação do casal sofre abalos, sendo comum ficarem angustiados, com sentimentos de raiva, impotência, culpa, vergonha, tudo isso ao mesmo tempo, como também há casos em que os pais se separam por não saberem lidar com a situação. Entendemos que são reações normais e além de serem mães e pais são também seres humanos.

“A psicanálise nos ensina que todas as formas de doença mental e comportamento anti-social se derivam, direta ou indiretamente de dificuldades nos relacionamentos entre pais e filhos”. Comentando esse pensamento, nos damos conta de quanto é importante um bom relacionamento entre pais e filhos para evitar problemas dessa ordem. (Marcos Aurélio Dias da Silva 2000)

Referências bibliográficas

* ALMEIDA, Ana Rita Silva. A emoção na sala de aula. Campinas, SP: Papirus, 1999. ( coleção papirus educação).
* ASSENCIO Ferreira, Vicente José. O que todo professor precisa saber sobre neurologia. São José dos Campos: Pulso; 2005.

* PAROLIN, Izabel. Professores formadores: A relação entre a família, a escola e a aprendizagem. Curitiba: Positivo. 2005.

* POLITY, Elizabeth. Ensinando a Ensinar: Educação com afeto. 2. ed. rev. São Paulo: Vetor, 2003.

* SILVA, Ana Beatriz B. Mentes Inquietas: Entendendo melhor o mundo das pessoas distraídas, impulsivas e hiperativas. Ana Beatriz B. Silva. São Paulo: Editora Gente, 2003.

* SILVA, Marcos Aurélio Dias, Quem Ama Não Adoece. São Paulo: Editora Best Seller,
2000.
* SILVER, B. Larry. A Criança Incompreendida. Tradução Jorge Enéas Fortes. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1988.