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A aprendizagem é um processo evolutivo do aluno, particular e único, que varia de acordo com as questões internas ou externas da realidade sócio-cultural de cada indivíduo. Cada pessoa tem uma relação diferente com o saber. As circunstâncias internas variam de acordo com a maturação e o grau do desenvolvimento da criança, enquanto que os fatores externos dizem respeito ao meio que a criança está inserida, como família, amigos, escola, entre outras relações.
Cada aluno de uma mesma sala de aula tem seu momento específico de transformação interna, devido a inúmeros fatores que compõem o indivíduo. O espaço escolar, organizado de forma a privilegiar as particularidades deve ser organizado com jogos, passatempos, mini-bibliotecas, laboratórios de pesquisa, tapetes e almofadas para relaxamentos, oficina de artes e grupos de convivência. Estes recursos devem ficar a disposição das crianças para que possam interagir livremente e deste modo apropriarem-se de um lugar que realmente foi construído para que eles tenham acesso e desenvolvimento pleno.
A sala de aula fazendo uso de diferentes recursos para aprendizagem se passa a ser um espaço lúdico, privilegiando todas as diferenças de aprendizagem, principalmente quando encaramos a questão da inclusão. Ao referir-me sobre inclusão, penso que o grupo, mesmo com toda sua multiplicidade, deve ser uma unidade, de forma social e integradora. A cada ano, temos casos de deficiências ou dificuldades que nos são colocadas como um desafio.
Comumente, as escolas costumam encaminhar para tratamentos e consultórios, os casos ditos de inclusão. É a maneira mais prática da instituição resolver o problema, mas não a mais eficaz para o aluno, que necessita comunicar-se, interagir e dialogar com os saberes do mundo para desenvolver-se plenamente.
A sala de aula é um meio muito rico para resgatar e promover o funcionamento harmonioso do sujeito. É na escola que passam boa parte do seu tempo, onde fazem amizades e onde refletem seus anseios e angústias.
Os espaços diversificados na sala de aula funcionam como um recurso fundamental para a inclusão de alunos com dificuldades de aprendizagem. Porque através deles as habilidades e competências de cada um podem ser trabalhadas e exercitadas, de modo até mesmo terapêutico, pois o aluno horas interage com algo que tem dificuldade, mas que necessita aprender e horas manipula materiais que está muito acostumado a lidar, que fazem parte da sua inteligência como competência e habilidades próprias. Ensinar é uma vivência com experiências, interações e trocas que levam a criança a progredir e enriquecer suas diferentes etapas evolutivas.
Um primeiro passo a ser seguido é avaliar de forma global o nível de desenvolvimento dos seus alunos, para se propor atividades que desafiem todas as áreas e estágios existentes na turma. O trabalho em grupo é a chave da sala de aula diversificada. Cabe ao professor oferecer a estrutura do trabalho, deixando regras claras, organizando o ambiente e dinamizando as ações dos grupos. É importante fazer intervenções e desafios no decorrer das atividades.
O trabalho com divisão de tarefas privilegia as habilidades de cada aluno, promovendo o desenvolvimento da auto-estima e a integração das crianças. As atividades devem ser estimulantes com construções, leituras, apresentações, exposições, escritas, jogos e criações espontâneas. O professor deve promover, ao final de um tempo determinado: uma auto-avaliação dos grupos e uma avaliação da turma durante o trabalho sobre a validade das propostas e entendimentos. Este momento de trocas é fundamental, também, para que todos possam ter acesso ao conhecimento assimilado pelos colegas.
Este tipo de ação pedagógica exige muito mais do professor, no momento do planejamento, avaliação e intervenção. No entanto, rompe com as barreiras de relacionamentos entre adultos e crianças, tanto quanto na relação ensino/aprendizagem, sendo uma medida possível e acessível para o professor trabalhar com as diversidades na sala de aula, com foco preventivo e psicopedagógico.
Uma sala de sala de aula bem estruturada e organizada de modo a privilegiar os diversos tipos de habilidades e interesses dos alunos é um recurso importantíssimo para um aprendizado sadio na escola. A psicopedagogia nos auxilia nesta organização, trazendo elementos terapêuticos que podem e devem ser empregados pelo professor na sala de aula como meio de prevenção. Este ambiente de caráter preventivo se torna um espaço lúdico, que socializa os alunos e aproxima o adulto da criança, adulto este, que na figura do professor, faz o papel de mediador na sala de aula, sempre orientando e desafiando o aluno a cada vez mais alcançar metas e vencer as dificuldades. A organização do espaço escolar é uma maneira simples, ao alcance de todos professores que cria identidade, autonomia e cooperação nas turmas.



O ambiente escolar torna-se um meio de convívio social e de lazer, portanto um fator influente no desenvolvimento da capacidade moral do aluno que buscará cada vez mais se integrar com as pessoas a sua volta. Tem-se assim, a necessidade de um ambiente que forneça subsídios para tal integração. Estudar num ambiente agradável, reconhecendo a variedade de circunstâncias que cada escola apresenta, pode contribuir positivamente no processo de aprendizagem e ao mesmo tempo torna-se estimulante. A preocupação com o espaço físico onde o aluno estuda e fica pelo menos 4 horas com seus colegas e professor deve ser constante na escola, pois vemos que a preocupação na escola por parte dos pais e professores é apenas o estudo e deixam de lado o ambiente que é muito importante para que tudo dê certo.
Por Karmem Amambahy

1 comentários:

  1. Muito interessante este texto

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