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O Curso de Extensão em Psicopedagogia Hospitalar proporcionado pela Faculdade Batista Brasileira nos mostrou na pratica e na teoria a construção de pontes entre saúde e educação que desmistifica o pré-conceito e a idéia de que o pedagogo exerce sua função apenas em sala de aula.
A psicopedagogia hospitalar é um vasto leque de atuação do pedagogo. Ela busca oferecer assessoria e atendimento pedagógico humanístico tanto para o paciente quanto para o familiar, na busca de promover situações e atitudes educativas a partir do efetivo com o doente e com o ambiente. A atuação desse profissional extrapola a sua formação, gerando inúmeras possibilidades de transferência de conhecimento, apoiado pelos valores humanísticos e éticos no desenvolvimento humano. A ação do psicopedagogo hospitalar não deve perder de vista o alvo do seu trabalho – o ser humano - que no momento necessita de ajuda para soerguer-se de seu estado físico e psicológico acarretado pela doença ou hospitalização.
A psicopedagogia hospitalar, integrada em seu contexto: família, criança/adolescente, escola, profissionais da saúde e da educação e sociedade se faz necessário uma permanente vigilância da qualidade de suas ações. A fim de que continue progredindo na aprendizagem cultural, formativa e, muito especialmente, quanto ao modo de enfrentar a sua enfermidade, com vistas ao autocuidado e á prevenção de outras possíveis alterações na sua saúde. A responsabilidade assumida pelo psicopedagogo nas suas relações com os enfermos exige também experiência no plano da psicologia do desenvolvimento e da educação. No quadro de suas atividades, os hospitalizados têm assim, ocasião de exteriorizar situações conflituosas, por meio de múltiplas atividades psicopedagogicas. Atividades estas representadas de maneira lúdica, recreativa, como o envolvimento em atividades com musica e canções, dramatizações, desenhos e outras tantas possibilidades expressivas e evidenciadas em sua ação. Essa ação de humanizar é desenvolvida na coletividade, por meio de ações educativas formadoras e incentivadoras dos processos emancipatórios. O atendimento prestado em uma classe hospitalar é, também, fator que contribui para o enfrentamento do estresse da hospitalização. Também é mais uma oportunidade que possibilita a ampliação das habilidades e competências para enfrentar as demandas do mercado de trabalho. Atividades práticas e lúdicas contribuem para a adaptação, motivação e recuperação do paciente, proporcionando-lhes um ambiente físico, emocional e pedagógico saudável e enriquecedor. Ao deixar de pensar na doença, a criança/paciente envolve-se nas atividades, sente-se feliz e produtiva, cria expectativas para o futuro e para a volta ao convívio familiar e social.
A implantação de brinquedotecas em hospitais infantis é prevista Ana lei federal 11.104, de 21 /03/05, que passou a vigorar 180 dias após sua publicação, o que torna obrigatória a instalação de brinquedotecas em hospitais que oferecem internação pediátrica. A lei prevê penas de advertência, interdição, cancelamento da licença ou multa para os hospitais que não se adaptarem á nova norma. Se pensarmos no imaginário infanto-juvenil do ser humano, a brincadeira é parte estrutural de todo desenvolvimento. Não é um mero passatempo, promove socialização, criatividade, decisões e descoberta do mundo. A criação de brinquedotecas e as atividades desenvolvidas estão tendo efeitos muito gratificantes. Culturalmente o ambiente hospitalar é visto como local de sofrimento. A criança e o adolescente, com sua sensibilidade, podem sentir e absorver essa relação com muito maior intensidade que o adulto. Em conseqüência, respondem negativamente, nesse ambiente, com reações de impaciência, medo, tensão, indisciplina, choro, irritabilidade e outros. Diante disso a necessidade de espera cria grande dificuldade para a criança, para os pais ou responsáveis. O ato de espera passa a ter uma conotação de ameaça, de tortura criando, criando uma expectativa negativa, dificultando a interatividade entre ela, o ambiente e o medico na hora da consulta. Para amenizar esse contexto nasceu à idéia de se criar um ambiente hospitalar que ao contrario de representar uma ameaça, pudesse trazer conforto, alegria e descontração, surgindo assim um novo cenário com cadeirinha, mural interativo atividades com fantoches, musicas, jogos, e outras tantas modalidades relacionadas aos aspectos físicos, materiais e humanos. O trabalho do educador no campo pedagógico hospitalar pode ser ampliado e com isso surgiram novas oportunidades, mas ainda estamos caminhando a passos lentos. Também desenvolvemos trabalho de sensibilização e orientação didático hospitalar para os pais e/ou acompanhantes.
Realizamos atividades diversificadas, integrado e dinâmico esclarecendo as diferenças da rotina da internação, possibilitando o resgate da sua auto-estima.
Outra questão também fundamental para o trabalho no hospital diz respeito às questões éticas, isto é, toda a comunicação entre pacientes e profissionais das diversas áreas deve ser resguardada, respeitando assim, o direito de privacidade das informações de cada paciente, bem como, a confiança que o paciente deposita nas pessoas com que se relaciona.
É preciso algumas habilidades e competências para atuação da psicopedagogia hospitalar, como capacidade de apreciar a existência de medidas humanizadora (como presença de brinquedoteca, presença dos pais como acompanhantes integrais à internação) e integrá-las as atividades coerentes hospitalares. Valorizando a dimensão humana e subjetiva, presente em todo ato de assistência à saúde. Através desse trabalho pude perceber o quanto a psicopedagogia hospitalar é necessária para o tratamento do paciente. Oportuniza aos alunos internados acompanharem o processo de aprendizagem sem bloqueios ou atrasos. Essa nova vertente oferece subsídios educacionais e pedagógicos ao enfermo para ajudá-lo em sua recuperação, pois carinho, calor humano, atenção e afeto constituem elementos fundamentais para a saúde, física, espiritual e cognitiva.
No Brasil, a visão humanística que muitos hospitais procuram enfatizar, na sua pratica vem demonstrando que, não é só o corpo que dever ser “olhado, mas o ser integral, suas necessidades físicas, psíquicas e sociais”.Portanto cabe a nós psicopedagogos perceber as intenções subjetivas das respostas as necessidades do paciente e tomar iniciativas de quebrar barreiras e transpor muros da indiferença. O Estagio hospitalar foi uma experiência que proporcionou uma reflexão sobre tudo o que aprendemos no curso dando segurança e conhecimento pratico para a nossa trajetória profissional.Tivemos como referencia o hospital municipal de Euclides da Cunha, que oferece atendimento diversificado ao publico, a nossa proposta era de alguns dias de observação para que pudéssemos conhecer algumas patologias. Conhecer todo ambiente e processo. Leitos, pacientes, patologias para acompanharmos.
A idade e realidade dos pacientes eram diversificadas, sendo a maioria moradora da zona rural e de outras cidades circunvizinhas. Dentro de nossas observações levamos também em consideração as orientações da nossa professora Gal Lyra sobre comportamento e higiene.Pensar no paciente como um ser ativo que necessita de afeto, compreendendo esse desafio de vivenciar o processo da educação em um ambiente diferenciado da escola. É necessário que exista um vinculo com elas para que a aprendizagem flua de maneira proveitosa. Elaboramos diversas atividades desafiadoras e motivadoras com a finalidade de trazer as crianças para dentro desse processo. Trazer também a família e os acompanhantes para fazerem parte desse processo, pois a psicopedagogia hospitalar deve contar com o apoio dos familiares no decorrer do tempo, para que a recuperação e cura do paciente seja mais eficiente no tratamento desenvolvido.Inicialmente houve certa resistência de alguns funcionários na aceitação do nosso trabalho mas como diz Paulo Freire é preciso que o educando relacione-se com o meio que esta inserido, para que assim crie sua identidade pessoal, e possa relacionar aquilo que lhe foi mediado de forma significativa para si próprio. O estagio a ser desenvolvido no ambiente hospitalar terá duração de 30 horas de pratica com os pacientes com determinadas patologias que através de observações, acompanhamento, procuramos entender e compreender as constantes mudanças as quais passam. Os pacientes observados são muitos receptivos e na sua maioria mostram grande interesse ao novo. Muitas vezes encontram-se numa realidade de exclusão social afastados do ambiente familiar, da sua cidade, solitários e tristes, sem aceitar e entender aquela situação patológica.O foco da psicopedagogia hospitalar é justamente essa comunicação que se dá através da segurança, das brincadeiras. A criança, os pacientes em geral precisam “esquecer” a sua dor, voltando se para atividades educativas que proporcionem afeto, conforto e solidariedade em meio a esse momento de enfermidade.No primeiro momento após escolhermos os pacientes com determinadas patologias faremos a anamnese com intuito de conhecer melhor e elaborar as atividades de socialização e valorização da auto-estima com os quais realizaremos nas praticas pedagógicas.
Maria do Carmo Abreu Silva Amambahy

REFERENCIAS
BIERMANN, G. Acriança e a hospitalização - Documento destinado á classe médica. Roche, 1908

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