A proposta da Psicopedagogia hospitalar é ser o interlocutor de todos os que passam por internações. Embasados na técnica e na pratica utilizando todo o seu conhecimento para criar um mundo onde as pessoas se preocupam umas com as outras. Promovendo a integração entre a criança, a família, a escola e o hospital, amenizando os traumas da internação e contribuindo para a interação social em busca da qualidade de vida intelectiva e sociointerativa.
A Psicopedagogia hospitalar contribui para a melhoria da qualidade de saúde e auto-estima dos pacientes internados proporcionando uma intervenção com ludicidade, humanização e aprendizagem, onde o psicopedagogo atuará de forma coesa, afetiva e humanizadora conectando-se com toda equipe multidisciplinar, criando um elo entre as especialidades, integrando novas ideias e ressignificando.
No processo de hospitalização se faz necessário a atuação do psicopedagogo que, devido sua formação interdisciplinar é um dos profissionais mais aptos a esta modalidade, para realizar diversas atividades, levantar a auto-estima e direcionar caminhos para que o paciente aprenda a conviver com as diversas dificuldades que irá ter que passar, por conseqüência de sua doença. Toda esta equipe acompanha, direta ou indiretamente, todas as etapas de uma internação, que em geral são enfrentadas de forma diferente por cada indivíduo hospitalizado.
A sensação de dor, por exemplo, é sentida diferentemente de acordo com a idade do paciente e de acordo com diferenças individuais. Nessa hora, nossa intervenção ganha uma razão de ser, mas não é ainda, necessariamente aquilo que traz a cura, logo, não é essencial. Ainda não é fácil de distinguir entre a dor e outras agressões de que a criança é a vítima separação da mãe, mudança de quadro, rostos e procedimentos desconhecidos.
Diante de um sujeito doente grave, as ações devem ser precisas e rápidas para que a relação de ajuda seja eficaz e útil. Não sugerimos trazer tarefas de longo desenrolar Os professores são preparados para enfrentar certas surpresas, mas não para evitá-las ou fugir delas.
Nossa intervenção leva em conta o estado emocional da criança que pede socorro quando se nega a uma atividade ou quando é agressiva. Em nossa escuta de Psicopedagogo, devemos agir por uma atividade que possa transpor o sofrimento de angústia, de solidão - Vasconcelos (2000).
Mesmo assim, muitas vezes as crianças não são capazes de expressar nem de reproduzir o que as faz temer, desenvolvendo angústias, fazendo surgir depressão, revolta ou desespero, ou ainda a possibilidade de regressão no nível de desenvolvimento. Mais uma vez, o psicopedagogo é aquele que faz diferença, trazendo o sentimento de valorização da vida, amor próprio, auto-estima, aceitação e segurança, é função do trabalho psicopedagógico que se insere na esfera hospitalar. Afinal, a aprendizagem é um processo tão amplo e grandioso que ocorre através de interações, em qualquer lugar.
O ambiente hospitalar é um local que emana diversos sentimentos e sensações: ora de doença ou saúde, de imensa tensão ou angústia ou então de alívio, cura ou consolo, sendo necessário que a criança seja devidamente orientada do seu processo patológico para que não seja recalcada no futuro. Assegurar-lhe uma boa recuperação em meio à inquietação oriunda da preocupação sobre o tratamento recomendado e o tempo de hospitalização. É necessário um novo olhar onde o paciente não seja visto de forma fragmentada, negando sua subjetividade, mas ter sensibilidade para conhecer melhor a realidade do paciente, ouvir suas queixas e encontrar, junto com ele, estratégias que facilitem a aceitação e a compreensão da doença. Esse contexto humanizador irá contribuir para um bem estar físico, cognitivo, afetivo e social.
É comum presenciarmos a despersonalização do paciente que é denominado como leito x, doente tal, visto como uma maquina e não como seres humanos. Não percebem que essa indiferença causa maléfica a saúde agravando o seu estado orgânico afetivo. Entendemos que, os estados psicológicos e afetivos contribuem de alguma forma para um aceleramento ou melhoria da doença e da dor.
Diante do sofrimento e dor cada criança reage de maneira adversa com agitação, agressividade, silêncio etc. tornando assim difícil de propor atividades psicopedagogicas, mas não podemos desistir deixar se contaminar pelas adversas reações que a doença ocasiona nas crianças, afinal estaremos ali para recuperar a auto-estima, cultivar esperança, e ajudar a enfrentar as situações que terá que vivenciar no hospital.
O ambiente hospitalar é caracterizado por ser um local frio, de sofrimento e dor, onde a criança se sente desprotegida, sozinha e desamparada, e é justamente esta imagem que deve ser mudada com a presença do psicopedagogo, inserindo o lúdico, com apoio de brinquedos, jogos e histórias para amenizar o enfrentamento dessa situação estressante e adversa que é a hospitalização, podendo ser realizado no próprio leito da criança ou na brinquedoteca hospitalar.
É no brincar, e somente no brincar, que o individuo, criança ou adulto, podes ser criativo e utilizar sua personalidade integral: e é somente sendo criativo que o individuo descobre o eu. (Winnicott,)
Além de ser uma forma de comunicação, a atividade lúdica conduz a relacionamentos grupais, facilitando o desenvolvimento e, portanto, a saúde infantil. Através do brincar no hospital a criança deixa sua imaginação e seus sentimentos livres, fortalecendo sua auto-estima e seu processo de recuperação, onde é possível mudar a imagem do hospital, para um ambiente mais humanizado e de integração, para que haja alegrias, vida e solidariedade. Tal função, de agente educador nesse cenário, torna-se fundamental como suporte psicológico, tanto para pacientes quanto para seus familiares.
As brinquedotecas no Brasil atualmente estão se adaptando à nova realidade porque, pela Lei nº 11.104, se 21 de março de 2005 de autoria da Deputada Luiza Erundina (BRASIL,2005) tornou-se obrigatória a instalação de brinquedotecas nos hospitais brasileiros. Esta lei surgiu a partir dos movimentos de humanização dos hospitais e simboliza que a inclusão do brinquedo neste ambiente, tem sido concebida como parte da assistência e do tratamento terapêutico dado às crianças e aos adolescentes hospitalizados. Neste processo está ocorrendo o reconhecimento das necessidades infanto-juvenis e do papel da brincadeira para promoção do bem estar físico e social no ambiente hospitalar. esse espaço é criado para permitir que a criança brinque de forma enriquecedora, sem que o adulto atrapalhe. É o momento mágico, onde a criatividade e imaginação predominam, além da oportunidade vivenciar suas expectativas, desejos e medos. Com base nas Leis percebe-se que de fato existe uma preocupação legítima em promover melhores condições de desenvolvimento para a criança hospitalizada, as quais devem incluir o brincar e o direito ao acompanhante, a autonomia, estabelecer vínculos, receber e dar afeto mesmo hospitalizado.
Vale ressaltar que, a brinquedoteca deve ser aberta a todas as crianças e mesmo as que estão impossibilitadas de saírem do leito o profissional de saúde deve levar o brinquedo até a ela. Porque Brincar é muito importante para a criança, pois é por meio desta ação que ela usufrua de plenas oportunidades que possibilita desenvolver novas competências e aprender sobre o mundo, sobre as pessoas, e sobre si mesma. A brinquedoteca socializa o brinquedo, resgata brincadeiras tradicionais, e é o espaço onde está assegurado á criança o direito de brincar.
A brinquedoteca hospitalar é de extrema importância para a aceitação da doença e para a boa evolução do tratamento além de tornar este ambiente mais acolhedor, também oportuniza situações de socialização e desenvolvimento das habilidades dos pacientes como: atenção, concentração, afetividade, cognição, dentre outras. É um espaço ideal para a criança esvaziar os sentimentos mobilizados pela hospitalização e encontrar mecanismos para enfrentar seus medos e angústias. Configura-se como um espaço de humanização, é uma alternativa para diminuir o trauma pelo qual a criança esta passando. Neste ambiente o psicopedagogo será um mediador entre o brinquedo e o individuo, proporcionando assim o brincar e vários outros aspectos positivos.
Por isso, a brinquedoteca está longe de ser um amontoado de brinquedos, pois, nas mãos das crianças esses objetos adquirem vida, transformam-se, vão além do real. É um mundo de trocas, onde a criança percebe o outro e percebe que não está sozinha, que é preciso cooperar, compartilhar e, algumas vezes competir, atitudes que ocorrem durante a atividade lúdica. A brinquedoteca além da função terapêutica que exerce, é de suma importância que haja compromisso de favorecer a aprendizagem da criança hospitalizada, possibilitando a continuidade de seu desenvolvimento escolar. Não se trata de transformar o hospital em uma escola, mas de proporcionar um ambiente no qual a criança possa, por meio do brincar, também aprender. Portanto, o lúdico tem fundamental importância durante a infância, ainda mais quando parte dessa etapa da vida transcorre no hospital. Que quando a criança está internada fica longe de seus pertences favoritos, família, amigos, escola e sua rotina, isso gera uma tristeza e uma resistência para aceitar o tratamento que ela tem que se submeter.
Temos que enfrentar as situações com controle emocional, exercitando o sentimento de amor, como toque carinhoso, abraço, sorriso ou ate mesmo um sofrer junto. Pois a hospitalização tem um impacto na vida da criança, levando a uma visível mudança de comportamento, tornando-se mais quieta e carente que o comum. Neste momento, não é apenas o cuidado clínico que se faz necessário para o processo de cura. Carinho e atenção são fatores relevantes para a recuperação do paciente.
Uma relevante experiência positiva do brincar no hospital é através de filme “Patch Adams. O amor é contagiante”. Transformando o ambiente hospitalar, local de dores e angústias, em um ambiente cheio de alegria e sorrisos em um público que muitas vezes não tinha nenhum motivo para sorrir. A experiência da alegria como fator potencializador de relações saudáveis junto a crianças hospitalizadas, seus pais e profissionais de saúde. Gerava um clima de descontração e felicidade e ao mesmo tempo, ajudava a criança a compreender o mundo do hospital, brincando. Ajudando-as a reagir e interagir para que o mundo de fora continuasse dentro do hospital.
Todo momento trabalhando afeto e cognição em mútua relação. Considerando que as emoções são indispensáveis para a nossa vida racional, ela nos faz únicos, e é justamente o nosso comportamento emocional que nos diferencia uns dos outros. Cada profissional ao se comprometer com sua atuação e ao aceitar do outro estará contribuindo para um amanhã melhor, celebrando a vida com menos patologias e mais saúde.
Em todos os hospitais como em qualquer instituição, existem regras e normas, que devem ser cumpridas para o bom andamento da instituição. Portanto não interfira no trabalho do outro profissional, pode ate discordar, e expor sua opinião, mas tudo feito com embasamento teórico que o psicopedagogo deve ter e não em achismo.
Ser sutil e fazer vínculos afetivos com todos os setores é preciso mostrar que não somos espiões da direção do hospital. Estudar sobre as doenças ali encontradas para nosso aperfeiçoamento profissional. Ser sempre amiga compartilhando com as equipes vitoria e dores. Distribuir energia positiva com sorrisos e clima amigável. É importante que o psicopedagogo tenha clareza de sua função no hospital, evitando assim, interferência no trabalho dos profissionais da saúde; deverá utilizar sua competência e suas habilidades para trabalhar em conjunto com esses profissionais.
Percebe-se que os desafios são muitos, dentre eles a valorização da importância do psicopedagogo em ambientes que não são a escola. É um campo de atuação que, aos poucos, vem conquistando seu espaço. Para isso tem que ser um profissional competente, ter engajamento e estar sempre se atualizando com os cursos que necessita para ser capaz de exercer bem a sua função contribuindo de forma eficaz para que o paciente sofra o mínimo possível. Poderá resgatar vários sentimentos como aceitação, autoestima, segurança e uma melhor qualidade de vida. Com ética, profissionalismo, sensibilidade e amor ao que se faz é possível realizar um bom trabalho psicopedagogico hospitalar.
Maria do Carmo Abreu Silva Amambahy – Graduada em Pedagogia e pós-graduada em Psicopedagogia Clínica Institucional e hospitalar
REFERENCIAS:
PORTO, Olívia. Psicopedagogia hospitalar: intermediando a humanização na saúde/Rio de Janeiro: Wak Ed.2008.120p.
MELLO, Daniella Reis. Psicopedagogia hospitalar – o vinculo afetivo da criança hospitalizada com a aprendizagem - Psicopedagoga pela UNESA, atuando em Instituição Hospitalar na área de Recursos Humanos
FILME. Patch Adams: O amor é contagiante. Dirigido por Tom Shadyac em 1998.
VASCONCELOS, Sandra Maia Farias. A Psicopedagogia hospitalar para crianças e adolescentes. Disponível em www.psicopedagogiaonline.com.br. Apresentado na Semana da Psicopedagogia da Universidade Estadual do Ceará - 2000. Acesso em: 28 de abril de 2003.
WEISS, Maria Lucia Lemme. Psicopedagogia Clínica: uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar- Rio de Janeiro: DP&A, 2001.8ª Ed.
BRASIL. Lei Federal N°11.104, de 21 de março de 2005. Disponível em:
. Acesso em 17 jul. 2009.
A Psicopedagogia hospitalar contribui para a melhoria da qualidade de saúde e auto-estima dos pacientes internados proporcionando uma intervenção com ludicidade, humanização e aprendizagem, onde o psicopedagogo atuará de forma coesa, afetiva e humanizadora conectando-se com toda equipe multidisciplinar, criando um elo entre as especialidades, integrando novas ideias e ressignificando.
No processo de hospitalização se faz necessário a atuação do psicopedagogo que, devido sua formação interdisciplinar é um dos profissionais mais aptos a esta modalidade, para realizar diversas atividades, levantar a auto-estima e direcionar caminhos para que o paciente aprenda a conviver com as diversas dificuldades que irá ter que passar, por conseqüência de sua doença. Toda esta equipe acompanha, direta ou indiretamente, todas as etapas de uma internação, que em geral são enfrentadas de forma diferente por cada indivíduo hospitalizado.
A sensação de dor, por exemplo, é sentida diferentemente de acordo com a idade do paciente e de acordo com diferenças individuais. Nessa hora, nossa intervenção ganha uma razão de ser, mas não é ainda, necessariamente aquilo que traz a cura, logo, não é essencial. Ainda não é fácil de distinguir entre a dor e outras agressões de que a criança é a vítima separação da mãe, mudança de quadro, rostos e procedimentos desconhecidos.
Diante de um sujeito doente grave, as ações devem ser precisas e rápidas para que a relação de ajuda seja eficaz e útil. Não sugerimos trazer tarefas de longo desenrolar Os professores são preparados para enfrentar certas surpresas, mas não para evitá-las ou fugir delas.
Nossa intervenção leva em conta o estado emocional da criança que pede socorro quando se nega a uma atividade ou quando é agressiva. Em nossa escuta de Psicopedagogo, devemos agir por uma atividade que possa transpor o sofrimento de angústia, de solidão - Vasconcelos (2000).
Mesmo assim, muitas vezes as crianças não são capazes de expressar nem de reproduzir o que as faz temer, desenvolvendo angústias, fazendo surgir depressão, revolta ou desespero, ou ainda a possibilidade de regressão no nível de desenvolvimento. Mais uma vez, o psicopedagogo é aquele que faz diferença, trazendo o sentimento de valorização da vida, amor próprio, auto-estima, aceitação e segurança, é função do trabalho psicopedagógico que se insere na esfera hospitalar. Afinal, a aprendizagem é um processo tão amplo e grandioso que ocorre através de interações, em qualquer lugar.
O ambiente hospitalar é um local que emana diversos sentimentos e sensações: ora de doença ou saúde, de imensa tensão ou angústia ou então de alívio, cura ou consolo, sendo necessário que a criança seja devidamente orientada do seu processo patológico para que não seja recalcada no futuro. Assegurar-lhe uma boa recuperação em meio à inquietação oriunda da preocupação sobre o tratamento recomendado e o tempo de hospitalização. É necessário um novo olhar onde o paciente não seja visto de forma fragmentada, negando sua subjetividade, mas ter sensibilidade para conhecer melhor a realidade do paciente, ouvir suas queixas e encontrar, junto com ele, estratégias que facilitem a aceitação e a compreensão da doença. Esse contexto humanizador irá contribuir para um bem estar físico, cognitivo, afetivo e social.
É comum presenciarmos a despersonalização do paciente que é denominado como leito x, doente tal, visto como uma maquina e não como seres humanos. Não percebem que essa indiferença causa maléfica a saúde agravando o seu estado orgânico afetivo. Entendemos que, os estados psicológicos e afetivos contribuem de alguma forma para um aceleramento ou melhoria da doença e da dor.
Diante do sofrimento e dor cada criança reage de maneira adversa com agitação, agressividade, silêncio etc. tornando assim difícil de propor atividades psicopedagogicas, mas não podemos desistir deixar se contaminar pelas adversas reações que a doença ocasiona nas crianças, afinal estaremos ali para recuperar a auto-estima, cultivar esperança, e ajudar a enfrentar as situações que terá que vivenciar no hospital.
O ambiente hospitalar é caracterizado por ser um local frio, de sofrimento e dor, onde a criança se sente desprotegida, sozinha e desamparada, e é justamente esta imagem que deve ser mudada com a presença do psicopedagogo, inserindo o lúdico, com apoio de brinquedos, jogos e histórias para amenizar o enfrentamento dessa situação estressante e adversa que é a hospitalização, podendo ser realizado no próprio leito da criança ou na brinquedoteca hospitalar.
É no brincar, e somente no brincar, que o individuo, criança ou adulto, podes ser criativo e utilizar sua personalidade integral: e é somente sendo criativo que o individuo descobre o eu. (Winnicott,)
Além de ser uma forma de comunicação, a atividade lúdica conduz a relacionamentos grupais, facilitando o desenvolvimento e, portanto, a saúde infantil. Através do brincar no hospital a criança deixa sua imaginação e seus sentimentos livres, fortalecendo sua auto-estima e seu processo de recuperação, onde é possível mudar a imagem do hospital, para um ambiente mais humanizado e de integração, para que haja alegrias, vida e solidariedade. Tal função, de agente educador nesse cenário, torna-se fundamental como suporte psicológico, tanto para pacientes quanto para seus familiares.
As brinquedotecas no Brasil atualmente estão se adaptando à nova realidade porque, pela Lei nº 11.104, se 21 de março de 2005 de autoria da Deputada Luiza Erundina (BRASIL,2005) tornou-se obrigatória a instalação de brinquedotecas nos hospitais brasileiros. Esta lei surgiu a partir dos movimentos de humanização dos hospitais e simboliza que a inclusão do brinquedo neste ambiente, tem sido concebida como parte da assistência e do tratamento terapêutico dado às crianças e aos adolescentes hospitalizados. Neste processo está ocorrendo o reconhecimento das necessidades infanto-juvenis e do papel da brincadeira para promoção do bem estar físico e social no ambiente hospitalar. esse espaço é criado para permitir que a criança brinque de forma enriquecedora, sem que o adulto atrapalhe. É o momento mágico, onde a criatividade e imaginação predominam, além da oportunidade vivenciar suas expectativas, desejos e medos. Com base nas Leis percebe-se que de fato existe uma preocupação legítima em promover melhores condições de desenvolvimento para a criança hospitalizada, as quais devem incluir o brincar e o direito ao acompanhante, a autonomia, estabelecer vínculos, receber e dar afeto mesmo hospitalizado.
Vale ressaltar que, a brinquedoteca deve ser aberta a todas as crianças e mesmo as que estão impossibilitadas de saírem do leito o profissional de saúde deve levar o brinquedo até a ela. Porque Brincar é muito importante para a criança, pois é por meio desta ação que ela usufrua de plenas oportunidades que possibilita desenvolver novas competências e aprender sobre o mundo, sobre as pessoas, e sobre si mesma. A brinquedoteca socializa o brinquedo, resgata brincadeiras tradicionais, e é o espaço onde está assegurado á criança o direito de brincar.
A brinquedoteca hospitalar é de extrema importância para a aceitação da doença e para a boa evolução do tratamento além de tornar este ambiente mais acolhedor, também oportuniza situações de socialização e desenvolvimento das habilidades dos pacientes como: atenção, concentração, afetividade, cognição, dentre outras. É um espaço ideal para a criança esvaziar os sentimentos mobilizados pela hospitalização e encontrar mecanismos para enfrentar seus medos e angústias. Configura-se como um espaço de humanização, é uma alternativa para diminuir o trauma pelo qual a criança esta passando. Neste ambiente o psicopedagogo será um mediador entre o brinquedo e o individuo, proporcionando assim o brincar e vários outros aspectos positivos.
Por isso, a brinquedoteca está longe de ser um amontoado de brinquedos, pois, nas mãos das crianças esses objetos adquirem vida, transformam-se, vão além do real. É um mundo de trocas, onde a criança percebe o outro e percebe que não está sozinha, que é preciso cooperar, compartilhar e, algumas vezes competir, atitudes que ocorrem durante a atividade lúdica. A brinquedoteca além da função terapêutica que exerce, é de suma importância que haja compromisso de favorecer a aprendizagem da criança hospitalizada, possibilitando a continuidade de seu desenvolvimento escolar. Não se trata de transformar o hospital em uma escola, mas de proporcionar um ambiente no qual a criança possa, por meio do brincar, também aprender. Portanto, o lúdico tem fundamental importância durante a infância, ainda mais quando parte dessa etapa da vida transcorre no hospital. Que quando a criança está internada fica longe de seus pertences favoritos, família, amigos, escola e sua rotina, isso gera uma tristeza e uma resistência para aceitar o tratamento que ela tem que se submeter.
Temos que enfrentar as situações com controle emocional, exercitando o sentimento de amor, como toque carinhoso, abraço, sorriso ou ate mesmo um sofrer junto. Pois a hospitalização tem um impacto na vida da criança, levando a uma visível mudança de comportamento, tornando-se mais quieta e carente que o comum. Neste momento, não é apenas o cuidado clínico que se faz necessário para o processo de cura. Carinho e atenção são fatores relevantes para a recuperação do paciente.
Uma relevante experiência positiva do brincar no hospital é através de filme “Patch Adams. O amor é contagiante”. Transformando o ambiente hospitalar, local de dores e angústias, em um ambiente cheio de alegria e sorrisos em um público que muitas vezes não tinha nenhum motivo para sorrir. A experiência da alegria como fator potencializador de relações saudáveis junto a crianças hospitalizadas, seus pais e profissionais de saúde. Gerava um clima de descontração e felicidade e ao mesmo tempo, ajudava a criança a compreender o mundo do hospital, brincando. Ajudando-as a reagir e interagir para que o mundo de fora continuasse dentro do hospital.
Todo momento trabalhando afeto e cognição em mútua relação. Considerando que as emoções são indispensáveis para a nossa vida racional, ela nos faz únicos, e é justamente o nosso comportamento emocional que nos diferencia uns dos outros. Cada profissional ao se comprometer com sua atuação e ao aceitar do outro estará contribuindo para um amanhã melhor, celebrando a vida com menos patologias e mais saúde.
Em todos os hospitais como em qualquer instituição, existem regras e normas, que devem ser cumpridas para o bom andamento da instituição. Portanto não interfira no trabalho do outro profissional, pode ate discordar, e expor sua opinião, mas tudo feito com embasamento teórico que o psicopedagogo deve ter e não em achismo.
Ser sutil e fazer vínculos afetivos com todos os setores é preciso mostrar que não somos espiões da direção do hospital. Estudar sobre as doenças ali encontradas para nosso aperfeiçoamento profissional. Ser sempre amiga compartilhando com as equipes vitoria e dores. Distribuir energia positiva com sorrisos e clima amigável. É importante que o psicopedagogo tenha clareza de sua função no hospital, evitando assim, interferência no trabalho dos profissionais da saúde; deverá utilizar sua competência e suas habilidades para trabalhar em conjunto com esses profissionais.
Percebe-se que os desafios são muitos, dentre eles a valorização da importância do psicopedagogo em ambientes que não são a escola. É um campo de atuação que, aos poucos, vem conquistando seu espaço. Para isso tem que ser um profissional competente, ter engajamento e estar sempre se atualizando com os cursos que necessita para ser capaz de exercer bem a sua função contribuindo de forma eficaz para que o paciente sofra o mínimo possível. Poderá resgatar vários sentimentos como aceitação, autoestima, segurança e uma melhor qualidade de vida. Com ética, profissionalismo, sensibilidade e amor ao que se faz é possível realizar um bom trabalho psicopedagogico hospitalar.
Maria do Carmo Abreu Silva Amambahy – Graduada em Pedagogia e pós-graduada em Psicopedagogia Clínica Institucional e hospitalar
REFERENCIAS:
PORTO, Olívia. Psicopedagogia hospitalar: intermediando a humanização na saúde/Rio de Janeiro: Wak Ed.2008.120p.
MELLO, Daniella Reis. Psicopedagogia hospitalar – o vinculo afetivo da criança hospitalizada com a aprendizagem - Psicopedagoga pela UNESA, atuando em Instituição Hospitalar na área de Recursos Humanos
FILME. Patch Adams: O amor é contagiante. Dirigido por Tom Shadyac em 1998.
VASCONCELOS, Sandra Maia Farias. A Psicopedagogia hospitalar para crianças e adolescentes. Disponível em www.psicopedagogiaonline.com.br. Apresentado na Semana da Psicopedagogia da Universidade Estadual do Ceará - 2000. Acesso em: 28 de abril de 2003.
WEISS, Maria Lucia Lemme. Psicopedagogia Clínica: uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar- Rio de Janeiro: DP&A, 2001.8ª Ed.
BRASIL. Lei Federal N°11.104, de 21 de março de 2005. Disponível em:
11 de março de 2011 às 13:46
queria uma dica de tema de monografia