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Crianças hiperativas são crianças agitadas, inquietas e com muitas dificuldades de estabelecer ordens e regras. Elas não conseguem ficar paradas para ouvir uma explicação. São também desatentas, impulsivas e com atividades motoras excessivas. Mas hiperatividade não é uma doença, e sim um sintoma que pode acompanhar tanto a criança com deficiência mental, autista, síndrome genética, como também crianças mal educadas e sem limites.
Quando a TDAH atrapalha na aprendizagem?
Normalmente, a criança hiperativa não consegue controlar seu comportamento a despeito de sua inteligência. Sua tendência é se ater a circunstâncias secundárias frente a uma explicação que está sendo dada pelo professor – geralmente, está envolvida numa atividade mais improdutiva durante a aula. O comportamento da criança hiperativa é não-reativo às intervenções normais do professor. O que poderá ser interpretado como desobediência e conduz a uma cobrança mais rígida do professor. Esta situação agrava o problema aumentando a frustração do professor e da criança, podendo levar a utilização de instrumentos punitivos e o convite para mudança de escola.
As dificuldades de aprendizagem tanto podem ter origem orgânica, como também, provenientes das crises familiares vivenciadas pela criança. É constatada a importância do vinculo familiar e a força que ela transmite nas crenças que são passadas de pais para filhos.
Quanto à escola há necessidade de trabalhar em sala de aula uma educação que valorize o ser humano em todos os aspectos, pautada em valores humanos.
Isabel Parolin comenta que os hábitos de vida influenciam no desenvolvimento.
É necessário buscar soluções para o transtorno com todos os envolvidos (criança, família, escola) e também com profissionais especializados (médicos, psicólogos, terapeutas) todos trabalhando em conjunto para uma melhor compreensão dessa criança para que ela possa se relacionar melhor com aqueles que estão interagindo com ela.
Já é comprovado que este distúrbio pode ter componente genético.
Sintomas do TDAH:
Distração – impulsividade – hiperatividade.
Algumas características:
• Com freqüência mexe ou sacode os pés e mãos, se remexendo no assento, se levanta da carteira.
• É facilmente distraída por estímulos externos.
• Tem dificuldade de esperar sua vez em brincadeiras ou em situação de grupo.
• Com freqüência dispara respostas para perguntas que ainda não foram completadas.
• Tem dificuldade em seguir instruções e ordem.
• Tem dificuldade em manter a atenção em tarefa ou mesmo atividades lúdicas.
• Freqüentemente muda de uma atividade inacabada para outra.
• Tem dificuldade em brincar em silencio ou tranqüilamente.
• Às vezes, fala excessivamente.
• Vive perdendo itens necessários para tarefas ou atividades escolares.

Algumas crianças podem estar passando por algum sintoma de TDAH, como desatenção, comportamentos agitados e até mesmo dificuldades no seu rendimento escolar, em conseqüência de alguns problemas emocionais.
“É inadmissível aceitar como diagnóstico da causa da dificuldade no aprendizado a “doença” denominada “hiperatividade”. Na maioria das vezes é mais cômodo para os pais ter esse parecer, de que procurar saber o que está por trás do sintoma. Os pais precisam estar atentos para não se deixarem levar por informações que não estão fundamentadas, pois nem toda criança agitada é portadora de TDAH.
É comum ouvirmos algumas pessoas falarem dessa forma: “aquele menino não para, deve ser hiperativo”, afirmam isso sem estarem embasados em fundamentação teórica.
A hiperatividade é considerada um distúrbio biopsicossocial que atinge de 3% a 5% das crianças em idade escolar, de preferência meninos. Cresce a preocupação em relação aos cuidados e tratamentos a essas crianças, pois ainda existem pais que preferem aguardar que essa fase passe ou não, para a partir daí, ver qual é a forma mais eficaz de trabalhar essa criança, o que acaba sendo uma tamanha irresponsabilidade e descaso com o déficit da criança, podendo mais tarde, vir afetar a sua adolescência no que se refere à aprendizagem, como também nos relacionamentos.
Como é importante o processo de avaliação do comportamento de uma criança, pois nem todo aluno agitado, sem limite e desatencioso é hiperativo. Na maioria das vezes, quando é solucionada alguma questão familiar, o sintoma na criança desaparece. Mais uma vez é comprovado o quanto a força do vínculo familiar interfere nos processos familiares, em determinadas crianças.
Como ajudar esse aluno?
Tanto a família como os profissionais e a escola devem constantemente estar conversando a respeito de uma estratégia metodológica, que melhor se adapte a essa criança. Como diz Parolin (2005), “entendo que uma família ou uma escola que tem uma criança com TDAH não tem um problema, mas uma situação para administrar. Porem se não for encarada com seriedade, competência e sensibilidade, aí sim, pode vir a tornar-se um transtorno em suas vidas”.
“Cada família tem suas crenças, seus medos, suas ideologias e seus objetivos e isso reflete no cotidiano do grupo familiar e que tudo está relacionado à história dos antepassados dos pais e se estende no dia a dia dos filhos”.
Como a família lida com o sintoma?
Nessa perspectiva de procurar compreender essa criança com TDAH, há algo que precisa ser entendido, os ciclos evolutivos. Todas as famílias passam por esses processos. Precisamos quebrar os paradigmas modificando as nossas crenças para podermos avançar. É necessário revermos nossas posturas a determinados acontecimentos, essa concepção de mundo que carregamos ao longo da nossa existência, na maioria das vezes nos atrapalha. É comum ouvirmos: “Pra que mudar se sempre deu certo dessa forma, essas inovações não vão ajudar em nada...”.
Ter um filho com TDAH afeta sentimentos e a maioria dos pais não estão preparados para essa situação. A relação do casal sofre abalos, sendo comum ficarem angustiados, com sentimentos de raiva, impotência, culpa, vergonha, tudo isso ao mesmo tempo, como também há casos em que os pais se separam por não saberem lidar com a situação. Entendemos que são reações normais e além de serem mães e pais são também seres humanos.

“A psicanálise nos ensina que todas as formas de doença mental e comportamento anti-social se derivam, direta ou indiretamente de dificuldades nos relacionamentos entre pais e filhos”. Comentando esse pensamento, nos damos conta de quanto é importante um bom relacionamento entre pais e filhos para evitar problemas dessa ordem. (Marcos Aurélio Dias da Silva 2000)

Referências bibliográficas

* ALMEIDA, Ana Rita Silva. A emoção na sala de aula. Campinas, SP: Papirus, 1999. ( coleção papirus educação).
* ASSENCIO Ferreira, Vicente José. O que todo professor precisa saber sobre neurologia. São José dos Campos: Pulso; 2005.

* PAROLIN, Izabel. Professores formadores: A relação entre a família, a escola e a aprendizagem. Curitiba: Positivo. 2005.

* POLITY, Elizabeth. Ensinando a Ensinar: Educação com afeto. 2. ed. rev. São Paulo: Vetor, 2003.

* SILVA, Ana Beatriz B. Mentes Inquietas: Entendendo melhor o mundo das pessoas distraídas, impulsivas e hiperativas. Ana Beatriz B. Silva. São Paulo: Editora Gente, 2003.

* SILVA, Marcos Aurélio Dias, Quem Ama Não Adoece. São Paulo: Editora Best Seller,
2000.
* SILVER, B. Larry. A Criança Incompreendida. Tradução Jorge Enéas Fortes. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1988.

1 comentários:

  1. CONCORDO PLENAMENTE COM ESTA ABORDAGEM, POIS TRABALHO COM CRIANÇAS ,QUE POSSUEM DIFICULDADES PARA APRENDER,PORÉM NA MAIORIA SÃO CRIANÇAS SEM LIMITES E EM OUTROS CASOS SÃO AS PROFESSORAS QUE ESTÃO SEM PREPARO PARA LIDAR COM AS DIFERENÇAS.

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