twitter
rss



PSICOPEDAGOGIA HOSPITALAR – O VINCULO AFETIVO DA CRIANÇA HOSPITALIZADA COM A APRENDIZAGEM.

Por Maria do Carmo A.S.Amambahy

A proposta da Psicopedagogia hospitalar é ser o interlocutor de todos os que passam por internações. Embasados na técnica e na pratica utilizando todo o seu conhecimento para criar um mundo onde as pessoas se preocupam umas com as outras. Promovendo a integração entre a criança, a família, a escola e o hospital, amenizando os traumas da internação e contribuindo para a interação social em busca da qualidade de vida intelectiva e sociointerativa.
A Psicopedagogia hospitalar contribui para a melhoria da qualidade de saúde e auto-estima dos pacientes internados proporcionando uma intervenção com ludicidade, humanização e aprendizagem, onde o psicopedagogo atuará de forma coesa, afetiva e humanizadora conectando-se com toda equipe multidisciplinar, criando um elo entre as especialidades, integrando novas ideias e ressignificando.
No processo de hospitalização se faz necessário a atuação do psicopedagogo que, devido sua formação interdisciplinar é um dos profissionais mais aptos a esta modalidade, para realizar diversas atividades, levantar a auto-estima e direcionar caminhos para que o paciente aprenda a conviver com as diversas dificuldades que irá ter que passar, por conseqüência de sua doença. Toda esta equipe acompanha, direta ou indiretamente, todas as etapas de uma internação, que em geral são enfrentadas de forma diferente por cada indivíduo hospitalizado.

A sensação de dor, por exemplo, é sentida diferentemente de acordo com a idade do paciente e de acordo com diferenças individuais. Nessa hora, nossa intervenção ganha uma razão de ser, mas não é ainda, necessariamente aquilo que traz a cura, logo, não é essencial. Ainda não é fácil de distinguir entre a dor e outras agressões de que a criança é a vítima separação da mãe, mudança de quadro, rostos e procedimentos desconhecidos.
Diante de um sujeito doente grave, as ações devem ser precisas e rápidas para que a relação de ajuda seja eficaz e útil. Não sugerimos trazer tarefas de longo desenrolar Os professores são preparados para enfrentar certas surpresas, mas não para evitá-las ou fugir delas.
Nossa intervenção leva em conta o estado emocional da criança que pede socorro quando se nega a uma atividade ou quando é agressiva. Em nossa escuta de Psicopedagogo, devemos agir por uma atividade que possa transpor o sofrimento de angústia, de solidão - Vasconcelos (2000).
Mesmo assim, muitas vezes as crianças não são capazes de expressar nem de reproduzir o que as faz temer, desenvolvendo angústias, fazendo surgir depressão, revolta ou desespero, ou ainda a possibilidade de regressão no nível de desenvolvimento. Mais uma vez, o psicopedagogo é aquele que faz diferença, trazendo o sentimento de valorização da vida, amor próprio, auto-estima, aceitação e segurança, é função do trabalho psicopedagógico que se insere na esfera hospitalar. Afinal, a aprendizagem é um processo tão amplo e grandioso que ocorre através de interações, em qualquer lugar.
O ambiente hospitalar é um local que emana diversos sentimentos e sensações: ora de doença ou saúde, de imensa tensão ou angústia ou então de alívio, cura ou consolo, sendo necessário que a criança seja devidamente orientada do seu processo patológico para que não seja recalcada no futuro. Assegurar-lhe uma boa recuperação em meio à inquietação oriunda da preocupação sobre o tratamento recomendado e o tempo de hospitalização. É necessário um novo olhar onde o paciente não seja visto de forma fragmentada, negando sua subjetividade, mas ter sensibilidade para conhecer melhor a realidade do paciente, ouvir suas queixas e encontrar, junto com ele, estratégias que facilitem a aceitação e a compreensão da doença. Esse contexto humanizador irá contribuir para um bem estar físico, cognitivo, afetivo e social.
É comum presenciarmos a despersonalização do paciente que é denominado como leito x, doente tal, visto como uma maquina e não como seres humanos. Não percebem que essa indiferença causa maléfica a saúde agravando o seu estado orgânico afetivo. Entendemos que, os estados psicológicos e afetivos contribuem de alguma forma para um aceleramento ou melhoria da doença e da dor.
Diante do sofrimento e dor cada criança reage de maneira adversa com agitação, agressividade, silêncio etc. tornando assim difícil de propor atividades psicopedagogicas, mas não podemos desistir deixar se contaminar pelas adversas reações que a doença ocasiona nas crianças, afinal estaremos ali para recuperar a auto-estima, cultivar esperança, e ajudar a enfrentar as situações que terá que vivenciar no hospital.
O ambiente hospitalar é caracterizado por ser um local frio, de sofrimento e dor, onde a criança se sente desprotegida, sozinha e desamparada, e é justamente esta imagem que deve ser mudada com a presença do psicopedagogo, inserindo o lúdico, com apoio de brinquedos, jogos e histórias para amenizar o enfrentamento dessa situação estressante e adversa que é a hospitalização, podendo ser realizado no próprio leito da criança ou na brinquedoteca hospitalar.
É no brincar, e somente no brincar, que o individuo, criança ou adulto, podes ser criativo e utilizar sua personalidade integral: e é somente sendo criativo que o individuo descobre o eu. (Winnicott,)

Além de ser uma forma de comunicação, a atividade lúdica conduz a relacionamentos grupais, facilitando o desenvolvimento e, portanto, a saúde infantil. Através do brincar no hospital a criança deixa sua imaginação e seus sentimentos livres, fortalecendo sua auto-estima e seu processo de recuperação, onde é possível mudar a imagem do hospital, para um ambiente mais humanizado e de integração, para que haja alegrias, vida e solidariedade. Tal função, de agente educador nesse cenário, torna-se fundamental como suporte psicológico, tanto para pacientes quanto para seus familiares.
As brinquedotecas no Brasil atualmente estão se adaptando à nova realidade porque, pela Lei nº 11.104, se 21 de março de 2005 de autoria da Deputada Luiza Erundina (BRASIL,2005) tornou-se obrigatória a instalação de brinquedotecas nos hospitais brasileiros. Esta lei surgiu a partir dos movimentos de humanização dos hospitais e simboliza que a inclusão do brinquedo neste ambiente, tem sido concebida como parte da assistência e do tratamento terapêutico dado às crianças e aos adolescentes hospitalizados. Neste processo está ocorrendo o reconhecimento das necessidades infanto-juvenis e do papel da brincadeira para promoção do bem estar físico e social no ambiente hospitalar. esse espaço é criado para permitir que a criança brinque de forma enriquecedora, sem que o adulto atrapalhe. É o momento mágico, onde a criatividade e imaginação predominam, além da oportunidade vivenciar suas expectativas, desejos e medos. Com base nas Leis percebe-se que de fato existe uma preocupação legítima em promover melhores condições de desenvolvimento para a criança hospitalizada, as quais devem incluir o brincar e o direito ao acompanhante, a autonomia, estabelecer vínculos, receber e dar afeto mesmo hospitalizado.
Vale ressaltar que, a brinquedoteca deve ser aberta a todas as crianças e mesmo as que estão impossibilitadas de saírem do leito o profissional de saúde deve levar o brinquedo até a ela. Porque Brincar é muito importante para a criança, pois é por meio desta ação que ela usufrua de plenas oportunidades que possibilita desenvolver novas competências e aprender sobre o mundo, sobre as pessoas, e sobre si mesma. A brinquedoteca socializa o brinquedo, resgata brincadeiras tradicionais, e é o espaço onde está assegurado á criança o direito de brincar.
A brinquedoteca hospitalar é de extrema importância para a aceitação da doença e para a boa evolução do tratamento além de tornar este ambiente mais acolhedor, também oportuniza situações de socialização e desenvolvimento das habilidades dos pacientes como: atenção, concentração, afetividade, cognição, dentre outras. É um espaço ideal para a criança esvaziar os sentimentos mobilizados pela hospitalização e encontrar mecanismos para enfrentar seus medos e angústias. Configura-se como um espaço de humanização, é uma alternativa para diminuir o trauma pelo qual a criança esta passando. Neste ambiente o psicopedagogo será um mediador entre o brinquedo e o individuo, proporcionando assim o brincar e vários outros aspectos positivos.
Por isso, a brinquedoteca está longe de ser um amontoado de brinquedos, pois, nas mãos das crianças esses objetos adquirem vida, transformam-se, vão além do real. É um mundo de trocas, onde a criança percebe o outro e percebe que não está sozinha, que é preciso cooperar, compartilhar e, algumas vezes competir, atitudes que ocorrem durante a atividade lúdica. A brinquedoteca além da função terapêutica que exerce, é de suma importância que haja compromisso de favorecer a aprendizagem da criança hospitalizada, possibilitando a continuidade de seu desenvolvimento escolar. Não se trata de transformar o hospital em uma escola, mas de proporcionar um ambiente no qual a criança possa, por meio do brincar, também aprender. Portanto, o lúdico tem fundamental importância durante a infância, ainda mais quando parte dessa etapa da vida transcorre no hospital. Que quando a criança está internada fica longe de seus pertences favoritos, família, amigos, escola e sua rotina, isso gera uma tristeza e uma resistência para aceitar o tratamento que ela tem que se submeter.
Temos que enfrentar as situações com controle emocional, exercitando o sentimento de amor, como toque carinhoso, abraço, sorriso ou ate mesmo um sofrer junto. Pois a hospitalização tem um impacto na vida da criança, levando a uma visível mudança de comportamento, tornando-se mais quieta e carente que o comum. Neste momento, não é apenas o cuidado clínico que se faz necessário para o processo de cura. Carinho e atenção são fatores relevantes para a recuperação do paciente.
Uma relevante experiência positiva do brincar no hospital é através de filme “Patch Adams. O amor é contagiante”. Transformando o ambiente hospitalar, local de dores e angústias, em um ambiente cheio de alegria e sorrisos em um público que muitas vezes não tinha nenhum motivo para sorrir. A experiência da alegria como fator potencializador de relações saudáveis junto a crianças hospitalizadas, seus pais e profissionais de saúde. Gerava um clima de descontração e felicidade e ao mesmo tempo, ajudava a criança a compreender o mundo do hospital, brincando. Ajudando-as a reagir e interagir para que o mundo de fora continuasse dentro do hospital.
Todo momento trabalhando afeto e cognição em mútua relação. Considerando que as emoções são indispensáveis para a nossa vida racional, ela nos faz únicos, e é justamente o nosso comportamento emocional que nos diferencia uns dos outros. Cada profissional ao se comprometer com sua atuação e ao aceitar do outro estará contribuindo para um amanhã melhor, celebrando a vida com menos patologias e mais saúde.
Em todos os hospitais como em qualquer instituição, existem regras e normas, que devem ser cumpridas para o bom andamento da instituição. Portanto não interfira no trabalho do outro profissional, pode ate discordar, e expor sua opinião, mas tudo feito com embasamento teórico que o psicopedagogo deve ter e não em achismo. Ser sutil e fazer vínculos afetivos com todos os setores é preciso mostrar que não somos espiões da direção do hospital. Estudar sobre as doenças ali encontradas para nosso aperfeiçoamento profissional. Ser sempre amiga compartilhando com as equipes vitoria e dores. Distribuir energia positiva com sorrisos e clima amigável. É importante que o psicopedagogo tenha clareza de sua função no hospital, evitando assim, interferência no trabalho dos profissionais da saúde; deverá utilizar sua competência e suas habilidades para trabalhar em conjunto com esses profissionais.
Percebe-se que os desafios são muitos, dentre eles a valorização da importância do psicopedagogo em ambientes que não são a escola. É um campo de atuação que, aos poucos, vem conquistando seu espaço. Para isso tem que ser um profissional competente, ter engajamento e estar sempre se atualizando com os cursos que necessita para ser capaz de exercer bem a sua função contribuindo de forma eficaz para que o paciente sofra o mínimo possível. Poderá resgatar vários sentimentos como aceitação, autoestima, segurança e uma melhor qualidade de vida. Com ética, profissionalismo, sensibilidade e amor ao que se faz é possível realizar um bom trabalho psicopedagogico hospitalar.
Maria do Carmo Abreu Silva Amambahy – Graduada em Pedagogia e pós-graduada em Psicopedagogia Clínica Institucionale Hospitalar

REFERENCIAS:
PORTO, Olívia. Psicopedagogia hospitalar: intermediando a humanização na saúde/Rio de Janeiro: Wak Ed.2008.120p.
MELLO, Daniella Reis. Psicopedagogia hospitalar – o vinculo afetivo da criança hospitalizada com a aprendizagem - Psicopedagoga pela UNESA, atuando em Instituição Hospitalar na área de Recursos Humanos
FILME. Patch Adams: O amor é contagiante. Dirigido por Tom Shadyac em 1998.
VASCONCELOS, Sandra Maia Farias. A Psicopedagogia hospitalar para crianças e adolescentes. Disponível em www.psicopedagogiaonline.com.br. Apresentado na Semana da Psicopedagogia da Universidade Estadual do Ceará - 2000. Acesso em: 28 de abril de 2003.
WEISS, Maria Lucia Lemme. Psicopedagogia Clínica: uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar- Rio de Janeiro: DP&A, 2001.8ª Ed.
BRASIL. Lei Federal N°11.104, de 21 de março de 2005. Disponível em:
. Acesso em 17 jul. 2009.

Os problemas da criança com transtornos de aprendizagem residem nas áreas de percepção, atenção, memória, associação e fixação de informações. O problema de crianças com transtornos de aprendizagem às vezes tem sido formulado como localizado na deficiência de controle de impulsos que revelam. Parece que emitem, sem pensar, a primeira resposta disponível (muitas vezes errada), ao invés de examinarem as alternativas com cuidado e planejarem. Embora a ausência de controle de impulsos possa ser também interpretada como incapacidade de manter atenção seletiva, essa formulação levou a pesquisas consideráveis destinadas a ajudar as crianças a atingirem maneiras mais adequadas de reação. Isto se faz ensinando-se às crianças afirmações verbais envolvendo auto-instrução e auto-orientação. Muitos pesquisadores registram que esses métodos auxiliaram crianças impulsivas, com transtornos de aprendizagem, a melhorar seu desempenho em tarefas que requerem cuidado, planejamento e a consideração de alternativas.
Um método especialmente eficaz parece ser o de exemplificação de estratégias de reação adequada, e, desde que possa ser apresentado em filme, tem um potencial educativo empolgante. Todavia, a eficácia básica dessa abordagem em termos de desempenho escolar melhorado não foi demonstrada de forma conclusiva, para o que se aguardam os resultados de mais pesquisas.
Reconhecemos o fato de que isto é um dilema para o educador que precisa testar e auxiliar crianças de imediato. Alan Ross alerta:
Considere a que a criança com transtornos de aprendizagem é uma criança cujo desenvolvimento se processou mais lentamente do que outras crianças, especialmente na área da atenção seletiva. Não considere essa criança defeituosa, deficiente ou permanentemente inapta. As crianças com transtornos de aprendizagem podem aprender!
Se uma criança não consegue aprender, procure uma forma diferente de ensino. Não procure algo que esteja errado na criança. É provável que seu método de ensino e a forma de aprendizagem pela criança estejam em defasagem. Nem a criança, nem você, devem ser responsabilizadas por isso, mas você pode se responsabilizado se não tentar algo mais.
Não se amedronte por legendas imaginosas. "Dislexia" é um esforço para dizer em grego que a criança não pode ler! "Hiperatividade" significa que a criança se movimenta mais do que alguns de nós desejaríamos. Nenhuma palavra explica nada.
Não aceite como verdade as coisas que "todo o mundo conhece".
Seja céptico. Não pergunte: "Quem disse isso?", mas "Como eles sabem".

Depois de mais de dez anos publicando artigos e livros específicos sobre os distúrbios de aprendizagem, ainda deparo-me com muitos profissionais desinformados, pregando a "troca de letras" e a imaturidade emocional como características dos distúrbios de aprendizagem. E não só afirmam, como alguns têm a coragem e, por que não dizer, a ignorância de publicar artigos afirmando isso.

A partir daí, cria-se a confusão, algum "desavisado" lê o artigo, acha que está corretíssimo (por que não tem parâmetros para divergir da publicação), sai divulgando o artigo e, logo, uma grande massa está repetindo erradamente um conceito, no mínimo, ultrapassado. Isso quando o "corajoso autor" não participa de algum programa televisivo e dispara a vender livros, ai sim é que o assunto distorce a proporções estratosféricas.

Antes de mais nada, são inúmeros os distúrbios de aprendizagem, ao contrário do que muitos insistem em afirmar, não existem somente "Dislexia", "Disgrafia", "Discalculia" e "DDA" que até hoje é confundido com TDAH. Além desses, são muitos os distúrbios, alguns com sintomas parecidos e, por isso, necessitando de uma grande experiência e sensibilidade do profissional que se propõe a atender os pacientes, pois, em alguns casos, um único detalhe, um sintoma a mais ou a menos, pode mudar totalmente o diagnóstico e, conseqüentemente, o tratamento e método a seguir.

Torna-se impossível elucidar todo o assunto em apenas um artigo. É, de fato, impossível descrever todos os sintomas e tratamentos específicos de cada sintoma, para isso, tenho três livros que indicarei ao final dessa matéria para que o leitor tenha uma boa base. Mas, neste artigo é possível que eu, ao menos, esclareça o básico dos distúrbios de aprendizagem.

O principal fator a esclarecer é a questão psicológica. Não há dúvidas de que portar algum distúrbio seja ele de aprendizagem ou de comportamento torna o indivíduo mais sujeito à baixa auto-estima, timidez ou hiperatividade e outras "reações" relacionadas ao distúrbio, mas, daí a sair acreditando que o fator psicológico possa, sozinho, influenciar um distúrbio significativo de aprendizagem é, no mínimo, imaturidade de quem crê e não do paciente.

Deve-se levar em conta que, quem apresenta um distúrbio, geralmente, tem o fator psicológico abalado e necessita mesmo de acompanhamento, mas, este, deve ser um dos acompanhamentos, aliado ao tratamento do distúrbio em si e não como, erradamente, se prega, como tratamento único, como se apenas passar por sessões de análise ou de terapia pudesse sanar qualquer distúrbio.

Especificamente falando dos distúrbios de aprendizagem, excluindo-se os de origem psicológica que são, geralmente, a minoria, na realidade a grande maioria dos casos é, comprovadamente, causada por algum fator neurológico, ocasionado por situações de privação de oxigênio (anoxia) seja perinatal (ou neonatal) seja por algum outro acidente e outros fatores que não cabem serem citados neste artigo que pretende ser introdutório.

Partindo-se deste princípio, surge o psicopedagogo que deve (ou deveria) entender isso a fundo e estar apto a detectar os diferentes sintomas de cada distúrbio e, feito isso, saber encaminhar os pacientes aos respectivos profissionais (neurologista, neuropsicólogo, psiquiatra, entre outros, dependendo da gravidade do caso). E, a partir daí, o psicopedagogo poderia sim, tratar o referido paciente usando as técnicas psicopedagógicas que aprendeu na faculdade, mas nunca imaginando que sejam suficientes de forma isolada.

O psicopedagogo deve saber trabalhar em conjunto com outros profissionais tendo consciência de que só poderá usar de recursos como jogos e terapias específicas e, sempre em conjunto com outro profissional, nunca de forma isolada, achando que somente tratando o fator psicológico obterá bons resultados.

Neste ponto vale lembrar que muitos casos citados e tratados como distúrbios, na verdade são quadros normais a alguma faixa etária, ou seja, o que parece distúrbio, é um comportamento normal em determinada idade, a medida em que a criança cresce, amadurece, passa a não apresentar mais os "sintomas" e o profissional despreparado (ou charlatão, mesmo) fica com a fama de ter "curado" o paciente. Da mesma forma, há casos tão graves que, depois de um período crítico, estacionam, dando a impressão de "cura", ao interromper-se o tratamento imaginando esta cura, erra-se cegamente, pois, os sintomas podem voltar a qualquer momento, até anos depois de forma muito mais incontrolada. Está ai o grave erro de se detectar tudo como psicológico ou acreditar que um distúrbio não detectado por exames comuns seja inofensivo.

Este é um assunto muito complexo e extenso, impossível, esclarecer num único artigo. Por isso vou recomendar alguns livros de minha autoria (confio no que pesquiso, comprovo, escrevo e publico, por isso, indico meus livros)..

São eles: "Problemas de aprendizagem na pré escola", que mostra o que é normal, problemático e distúrbio no desenvolvimento de crianças de zero a cinco anos "A escola produtiva" e "Distúrbios de aprendizagem/comportamento" que são verdadeiros dicionários dos distúrbios de aprendizagem, mostrando sintomas e tratamentos específicos de cada distúrbio. Alguns títulos estão esgotados em livrarias, mas ainda é possível encontra-los na Editora WAK
Lou de Olivier
http://www.loudeolivier.com.br/materias/disturbios_aprendizagem.htm

Crianças hiperativas são crianças agitadas, inquietas e com muitas dificuldades de estabelecer ordens e regras. Elas não conseguem ficar paradas para ouvir uma explicação. São também desatentas, impulsivas e com atividades motoras excessivas. Mas hiperatividade não é uma doença, e sim um sintoma que pode acompanhar tanto a criança com deficiência mental, autista, síndrome genética, como também crianças mal educadas e sem limites.
Quando a TDAH atrapalha na aprendizagem?
Normalmente, a criança hiperativa não consegue controlar seu comportamento a despeito de sua inteligência. Sua tendência é se ater a circunstâncias secundárias frente a uma explicação que está sendo dada pelo professor – geralmente, está envolvida numa atividade mais improdutiva durante a aula. O comportamento da criança hiperativa é não-reativo às intervenções normais do professor. O que poderá ser interpretado como desobediência e conduz a uma cobrança mais rígida do professor. Esta situação agrava o problema aumentando a frustração do professor e da criança, podendo levar a utilização de instrumentos punitivos e o convite para mudança de escola.
As dificuldades de aprendizagem tanto podem ter origem orgânica, como também, provenientes das crises familiares vivenciadas pela criança. É constatada a importância do vinculo familiar e a força que ela transmite nas crenças que são passadas de pais para filhos.
Quanto à escola há necessidade de trabalhar em sala de aula uma educação que valorize o ser humano em todos os aspectos, pautada em valores humanos.
Isabel Parolin comenta que os hábitos de vida influenciam no desenvolvimento.
É necessário buscar soluções para o transtorno com todos os envolvidos (criança, família, escola) e também com profissionais especializados (médicos, psicólogos, terapeutas) todos trabalhando em conjunto para uma melhor compreensão dessa criança para que ela possa se relacionar melhor com aqueles que estão interagindo com ela.
Já é comprovado que este distúrbio pode ter componente genético.
Sintomas do TDAH:
Distração – impulsividade – hiperatividade.
Algumas características:
• Com freqüência mexe ou sacode os pés e mãos, se remexendo no assento, se levanta da carteira.
• É facilmente distraída por estímulos externos.
• Tem dificuldade de esperar sua vez em brincadeiras ou em situação de grupo.
• Com freqüência dispara respostas para perguntas que ainda não foram completadas.
• Tem dificuldade em seguir instruções e ordem.
• Tem dificuldade em manter a atenção em tarefa ou mesmo atividades lúdicas.
• Freqüentemente muda de uma atividade inacabada para outra.
• Tem dificuldade em brincar em silencio ou tranqüilamente.
• Às vezes, fala excessivamente.
• Vive perdendo itens necessários para tarefas ou atividades escolares.

Algumas crianças podem estar passando por algum sintoma de TDAH, como desatenção, comportamentos agitados e até mesmo dificuldades no seu rendimento escolar, em conseqüência de alguns problemas emocionais.
“É inadmissível aceitar como diagnóstico da causa da dificuldade no aprendizado a “doença” denominada “hiperatividade”. Na maioria das vezes é mais cômodo para os pais ter esse parecer, de que procurar saber o que está por trás do sintoma. Os pais precisam estar atentos para não se deixarem levar por informações que não estão fundamentadas, pois nem toda criança agitada é portadora de TDAH.
É comum ouvirmos algumas pessoas falarem dessa forma: “aquele menino não para, deve ser hiperativo”, afirmam isso sem estarem embasados em fundamentação teórica.
A hiperatividade é considerada um distúrbio biopsicossocial que atinge de 3% a 5% das crianças em idade escolar, de preferência meninos. Cresce a preocupação em relação aos cuidados e tratamentos a essas crianças, pois ainda existem pais que preferem aguardar que essa fase passe ou não, para a partir daí, ver qual é a forma mais eficaz de trabalhar essa criança, o que acaba sendo uma tamanha irresponsabilidade e descaso com o déficit da criança, podendo mais tarde, vir afetar a sua adolescência no que se refere à aprendizagem, como também nos relacionamentos.
Como é importante o processo de avaliação do comportamento de uma criança, pois nem todo aluno agitado, sem limite e desatencioso é hiperativo. Na maioria das vezes, quando é solucionada alguma questão familiar, o sintoma na criança desaparece. Mais uma vez é comprovado o quanto a força do vínculo familiar interfere nos processos familiares, em determinadas crianças.
Como ajudar esse aluno?
Tanto a família como os profissionais e a escola devem constantemente estar conversando a respeito de uma estratégia metodológica, que melhor se adapte a essa criança. Como diz Parolin (2005), “entendo que uma família ou uma escola que tem uma criança com TDAH não tem um problema, mas uma situação para administrar. Porem se não for encarada com seriedade, competência e sensibilidade, aí sim, pode vir a tornar-se um transtorno em suas vidas”.
“Cada família tem suas crenças, seus medos, suas ideologias e seus objetivos e isso reflete no cotidiano do grupo familiar e que tudo está relacionado à história dos antepassados dos pais e se estende no dia a dia dos filhos”.
Como a família lida com o sintoma?
Nessa perspectiva de procurar compreender essa criança com TDAH, há algo que precisa ser entendido, os ciclos evolutivos. Todas as famílias passam por esses processos. Precisamos quebrar os paradigmas modificando as nossas crenças para podermos avançar. É necessário revermos nossas posturas a determinados acontecimentos, essa concepção de mundo que carregamos ao longo da nossa existência, na maioria das vezes nos atrapalha. É comum ouvirmos: “Pra que mudar se sempre deu certo dessa forma, essas inovações não vão ajudar em nada...”.
Ter um filho com TDAH afeta sentimentos e a maioria dos pais não estão preparados para essa situação. A relação do casal sofre abalos, sendo comum ficarem angustiados, com sentimentos de raiva, impotência, culpa, vergonha, tudo isso ao mesmo tempo, como também há casos em que os pais se separam por não saberem lidar com a situação. Entendemos que são reações normais e além de serem mães e pais são também seres humanos.

“A psicanálise nos ensina que todas as formas de doença mental e comportamento anti-social se derivam, direta ou indiretamente de dificuldades nos relacionamentos entre pais e filhos”. Comentando esse pensamento, nos damos conta de quanto é importante um bom relacionamento entre pais e filhos para evitar problemas dessa ordem. (Marcos Aurélio Dias da Silva 2000)

Referências bibliográficas

* ALMEIDA, Ana Rita Silva. A emoção na sala de aula. Campinas, SP: Papirus, 1999. ( coleção papirus educação).
* ASSENCIO Ferreira, Vicente José. O que todo professor precisa saber sobre neurologia. São José dos Campos: Pulso; 2005.

* PAROLIN, Izabel. Professores formadores: A relação entre a família, a escola e a aprendizagem. Curitiba: Positivo. 2005.

* POLITY, Elizabeth. Ensinando a Ensinar: Educação com afeto. 2. ed. rev. São Paulo: Vetor, 2003.

* SILVA, Ana Beatriz B. Mentes Inquietas: Entendendo melhor o mundo das pessoas distraídas, impulsivas e hiperativas. Ana Beatriz B. Silva. São Paulo: Editora Gente, 2003.

* SILVA, Marcos Aurélio Dias, Quem Ama Não Adoece. São Paulo: Editora Best Seller,
2000.
* SILVER, B. Larry. A Criança Incompreendida. Tradução Jorge Enéas Fortes. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1988.

Termos e significados usados na psicopedagogia e áreas afins

O conhecimento de alguns termos é de fundamental importância para profissionais da área de educação e saúde mental. Pensando nisso selecionamos abaixo alguns termos para que possam servir de consulta. Não é nossa intenção explanar sobre cada um deles, mas apresentar apenas um breve significado. Cabe ao profissional buscar outras fontes para se aprofundar sobre causas, sintomas e tratamentos.
• Aprendizagem - É o resultado da estimulação do ambiente sobre o indivíduo já maturo, que se expressa diante de uma situação-problema, sob a forma de uma mudança de comportamento em função da experiência.
• Agnosia - Etimologicamente, a falta de conhecimento. Impossibilidade de obter informações através dos canais de recepção dos sentidos embora o órgão do sentido não esteja afetado. Ex. a agnosia auditiva é a incapacidade de reconhecer ou interpretar um som mesmo quando é ouvido. No campo médico está associada com uma deficiência neurológica do sistema nervoso.
• Afasia - Perda da capacidade de usar ou compreender a linguagem oral. Está usualmente associada com o traumatismo ou anormalidade do sistema nervoso central. Utilizam-se várias classificações tais como afasia expressiva e receptiva, congênita e adquirida.
• Agrafia - Impossibilidade de escrever e reproduzir os seus pensamentos por escrito.
• Alexia - Perda da capacidade de leitura de letras manuscritas ou impressas.
• Anamnese - Levantamento dos antecedentes de uma doença ou de um paciente, incluindo seu passado desde o parto, nascimento, primeira infância, bem como seus antecedentes hereditários.
• Anomia - Impossibilidade de designar ou lembrar-se de palavras ou nome dos objetos.
• Anorexia - Perda ou diminuição do apetite.
• Anoxia - Diminuição da quantidade de oxigênio existente no sangue.
• Apnéia - Paragem voluntária dos movimentos respiratórios: retenção da respiração.
• Apraxia - Impossibilidade de resposta motora na realização de movimento com uma finalidade. A pessoa não realiza os movimentos apesar de conhecê-lo e não ter qualquer paralisia.
• Ataxia - Dificuldade de equilíbrio e de coordenação dos movimentos voluntários.
• Autismo - Distúrbio emocional da criança caracterizada por incomunicabilidade. A criança fecha-se sobre si mesma e desliga-se do real impedindo de relacionar-se normalmente com as pessoas. Num diagnóstico incorreto pode ser confundido com retardo mental, surdo-mudez, afasia e outras síndromes.
• Bulimia - Fome exagerada de causa psicológica.
• Catarse - Efeito provocado pela conscientização de uma lembrança fortemente emocional ou traumatizante até então reprimida.
• Catatonia - Síndrome complexa em que o indivíduo se mantém numa dada posição ou continua sempre o mesmo gesto sem parar. Persistência de atitudes corporais sem sinais de fadiga.
• Cinestesia - Impressão geral resultante de um conjunto de sensações internas caracterizado essencialmente por bem-estar ou mal-estar.
• Complemento (Closure) - Capacidade de reconhecer o aspecto global, especialmente quando uma ou mais partes do todo está ausente ou quando a continuidade é interrompida por intervalos.
• Consciência fonológica - Denomina-se consciência fonológica a habilidade metalinguística de tomada de consciência das características formais da linguagem. Esta habilidade compreende dois níveis:
1. A consciência de que a língua falada pode ser segmentada em unidades distintas, ou seja, a frase pode ser segmentada em palavras; as palavras, em sílabas e as sílabas, em fonemas.
2. A consciência de que essas mesmas unidades repetem-se em diferentes palavras faladas (rima, por exemplo).
• Coordenação viso-motora - É a integração entre os movimentos do corpo (globais e específicos) e a visão.
• Disartria - Dificuldade na articulação de palavras devido a disfunções cerebrais.
• Discalculia - Dificuldade para a realização de operações matemáticas usualmente ligadas a uma disfunção neurológica, lesão cerebral, deficiência de estruturação espaço-temporal.
• Disgrafia - Escrita manual extremamente pobre ou dificuldade de realização dos movimentos motores necessários à escrita. Esta disfunção está muitas vezes ligada a disfunções neurológicas.
• Dislalia - É a omissão, substituição, distorção ou acréscimo de sons na palavra falada.
• Dislexia - Dificuldade na aprendizagem da leitura, devido a uma imaturidade nos processos auditivos, visuais e tatilcinestésicos responsáveis pela apropriação da linguagem escrita.
• Disortografia - Dificuldade na expressão da linguagem escrita, revelada por fraseologia incorretamente construída, normalmente associada a atrasos na compreensão e na expressão da linguagem escrita.
• Disgnosia - Perturbação cerebral comportando uma má percepção visual.
• Dismetria - Realização de movimentos de forma inadequada e pouco econômica.
• Dispnéia - Dificuldade de respirar.
• DSM IV - É a classificação dos Transtornos mentais da Associação Americana de Psiquiatria. Descreve as características dos transtornos apresentando critérios diagnósticos. Ver o DSM IV no site psiqueweb: http://gballone.sites.uol.com.br/
• Ecolalia - Imitação de palavras ou frases ditas por outra pessoa, sem a compreensão do significado da palavra.
• Ecopraxia - Repetição de gestos e praxias.
• Enurese - Emissão involuntária de urina.
• Esfíncter - Músculo que rodeia um orifício natural. Em psicanálise, na fase anal está ligado ao controle dos esfíncteres.
• Espaço-temporal - orientar-se no espaço é ver-se e ver as coisas no espaço em relação a si próprio, é dirigir-se, é avaliar os movimentos e adaptá-los no espaço. É a consciência da relação do corpo com o meio.
• Etiologia - Estudo das causas ou origens de uma condição ou doença.
• Figura fundo - Capacidade de focar visivelmente ou aditivamente um estímulo, isolando-o perceptivamente do envolvimento que o integra. Ex. identificar alguém numa fotografia do grupo ou identificar o som de um instrumento musical numa melodia.
• Gagueira ou tartamudez - distúrbio do fluxo e do ritmo normal da fala que envolve bloqueios, hesitações, prolongamentos e repetições de sons, sílabas, palavras ou frases. É acompanhada rapidamente por tensão muscular, rápido piscar de olhos, irregularidades respiratórias e caretas. Atinge mais homens que mulheres.
• Gnosia - Conhecimento, noção e função de um objeto. Segundo Pieron toda a percepção é uma gnosia.
• Grafema - Símbolo da linguagem escrita que representa um código oral da linguagem.
• Hipercinesia - Movimento e atividade motora constante e excessiva. Também designada por hiperatividade.
• Hipocinesia - Ausência de uma quantidade normal de movimentos. Quietude extrema.
• Impulsividade - Comportamento caracterizado pela ação de acordo com o impulso, sem medir as conseqüências da ação. Atuação sem equacionar os dados da situação.
• Lateralidade - Bem estabelecida - implica conhecimento dos dois lados do corpo e a capacidade de os identificar como direita e esquerda.
• Linguagem interior - O processo de interiorizar e organizar as experiências sem ser necessário o uso de símbolos lingüísticos. Ex.: o processo que caracteriza o analfabeto que fala, mas não lê nem escreve.
• Linguagem tatibitate - É um distúrbio (e também de fonação) em que se conserva voluntariamente a linguagem infantil. Geralmente tem causa emocional e pode resultar em problemas psicológicos para a criança.
• Maturação - É o desenvolvimento das estruturas corporais, neurológicas e orgânicas. Abrange padrões de comportamento resultantes da atuação de algum mecanismo interno.
• Memória - Capacidade de reter ou armazenar experiências anteriores. Também designada como "imagem" ou "lembrança".
• Memória cinestésica - É a capacidade da criança reter os movimentos motores necessários à realização gráfica. À medida que a criança entra em contato com o universo simbólico (leitura e escrita) vão ficando retidos em sua memória os diferentes movimentos necessários para o traçado gráfico das letras.
• Morfema - É a menor unidade gramatical. Na palavra infelicidade encontramos três elementos menores cada um chamado de morfema: in (prefixo), felic (radical), idade (sufixo). Os morfemas são utilizados para construir outras palavras: o prefixo in é utilizado em outras palavras como invariável, invejável, inviável, por exemplo.
• Mudez - É a incapacidade de articular palavras, geralmente decorrente de transtornos do sistema nervoso central, atingindo a formulação e a coordenação das idéias e impedindo a sua transmissão em forma de comunicação verbal. Em boa parte dos casos o mutismo decorre de problemas na audição. Os fatores emocionais e psicológicos também estão presentes em algumas formas de mudez. Na mudez eletiva a criança fica muda com determinadas pessoas ou em determinadas situações e em outras não.
• Paratonia - É a persistência de uma certa rigidez muscular, que pode aparecer nas quatro extremidades do corpo ou somente em duas. Quando a criamnça caminha ou corre, os braços e as pernas se movimentam mal e rigidamente.
• Percepção - processo de organização e interpretação dos dados que são obtidos através dos sentido.
a) Percepção da posição - do tamanho e do movimento de um objeto em relação ao observador.
b) Percepção das relações espaciais - das posições a dois ou mais objetos.
c) Consistência perceptiva - capacidade de precisão perceptiva das propriedade invariantes dos objetos como, por exemplo: forma, posição, tamanho etc.
d) Desordem perceptiva - Distúrbio na conscientização dos objetos, suas relações ou qualidade envolvendo a interpretação da estimulação sensorial.
e) Deficiência perceptiva - Distúrbio na aprendizagem, devido a um distúrbio na percepção dos estímulos sensoriais.
f) Perceptivo-motor - Interação dos vários canais da percepção como da atividade motora. Os canais perceptivos incluem: o visual, o auditivo, o olfativo e o cinestésico.
g) Percepção visual - Identificação, organização e interpretação dos dados sensoriais captados pela visão.
h) Percepção social - Capacidade de interpretação de estímulos do envolvimento social e de relacionar tais interpretações com a situação social.
• Preservação - Tendência de continuar uma atividade ininterruptamente; manifesta-se pela incapacidade de modificar, de parar ou de inibir uma dada atividade, mesmo depois do estímulo causador ter sido suprimido.
• Problemas de aprendizagem - São situações difíceis enfrentadas pela criança com um desvio do quadro normal mas com expectativa de aprendizagem a longo prazo (alunos multirrepetentes).
• Praxia - Movimento intencional, organizado, tendo em vista a obtenção de um fim ou de um resultado determinado.
• Rinolalia - Caracteriza-se por uma ressonância nasal maior ou menor que a do padrão correto da fala. Pode ser causada por problemas nas vias nasais, vegetação adenóide, lábio leporino ou fissura palatina.
• Ritmo - Habilidade importante, pois dá à criança a noção de duração e sucessão, no que diz respeito à percepção dos sons no tempo. A falta de habilidade rítmica pode causar uma leitura lenta, silabada, com pontuação e entonação inadequadas.
• Sincinesia - É a participação de músculos em movimentos aos quais eles não são necessários. Ex.: coloca-se um objeto numa mão da criança e pede-se que ela aperte, a outra mão também se fechará ao mesmo tempo. Ficar sobre um só pé, para ela é impossível. Há descontinuidade nos gestos, imprecisão de movimentos nos braços e pernas, os movimentos finos dos dedos não são realizados e, num dado ritmo, não podem ser reproduzidos através de atos coordenados, nem por imitação.
• Sintaxe - Parte da gramática que estuda a disposição das palavras na frase e a das frases no discurso , bem como a relação lógica das frases entre si e a correta construção gramatical ; construção gramatical (Dicionário Aurélio)
• Sinergia - Atuação coordenada ou harmoniosa de sistemas ou de estruturas neurológicas de comportamento.
• Somestésico - Relativo à sensibilidade do corpo.
Bibliografia:

FONSECA, Vitor - Escola. Quem és tu? Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.
ASSUNÇÃO, Elisabete da. COELHO, Maria Teresa. Problemas de aprendizagem. São Paulo, SP: Editora Ática, 2002.


Fonte: http://dificuldadesdeaprendizagem.com/dicionario.html

Por Karmem Abrew Amambahy
Como os psicopedagogos e os estudantes prestes a se formar em Psicopedagogia conceituam sua atividade profissional?
Eles têm contato com o conceito de Conhecimento Complexo? Percebem a Psicopedagogia como uma atividade transdisciplinar, ou no mínimo interdisciplinar?
Partimos da hipótese de que, se o objeto de estudo da Psicopedagogia é o desenvolvimento do pensamento autônomo do ser humano, numa visão integradora, o Pensamento Complexo contribui para a pesquisa em Psicopedagogia porque contextualiza e leva em conta a complexidade do ser humano
O pensamento complexo é uma nova abordagem da pesquisa cientifica. Ele se apóia na transdisciplinaridade e busca estudar os fenômenos humanos em toda a sua complexidade, sem os limites impostos pelas disciplinas. A Psicopedagogia sendo em si mesma interdisciplinar configura-se como um campo privilegiado para a prática do pensamento complexo. A abordagem sistêmica ou pensamento sistêmico das interações humanas é um instrumento metodológico adequado para o pensamento complexo, porque se apóia em novos paradigmas, que consistem em considerar o contexto e as complexidades inerentes aos processos psicossociais que influem nas condutas humanas, e desenvolveu uma teoria que procura dar conta das relações, ao invés das partes isoladas, valorizando todos os elementos dessa relação de forma igualitária
A Psicopedagogia é um campo novo do conhecimento científico. Como tal é fértil em possibilidades criativas, oferecendo uma liberdade de inovação, que nem sempre é fácil em outras áreas científicas mais estratificadas.
Configurando-se como um estudo interdisciplinar, a Psicopedagogia, por princípio, ultrapassa os estreitos limites da disciplina. Assim sendo, aproxima-se mais da visão integradora do pensamento complexo.

A Psicopedagogia pretende estudar uma área específica da atividade humana, que é a aprendizagem humana, a construção do conhecimento, ou ainda, a autoria do pensamento. Entretanto, a compreensão desta atividade humana ultrapassa os limites de uma disciplina específica, pois engloba os aspectos físicos e biológicos, cognitivos, afetivos, sociais e relacionais e ainda a capacidade de simbolização através das linguagens. A Psicopedagogia recorre, portanto, a diversas disciplinas científicas, tais como a Biologia, a Psicologia, a Pedagogia, a Lingüística (e a Semiótica) e as Ciências Sociais, construindo assim seu campo próprio de conhecimento. Este último aspecto é extremamente relevante: a Psicopedagogia não apenas se utiliza dos conhecimentos de outras disciplinas, mas, a partir deles cria conhecimentos novos. Assim, ela se configura como interdisciplinar e não como apenas pluri ou multidisciplinar.



1.A orientação psicopedagógica ao professor a fim de facilitar a aprendizagem e o desenvolvimento do aluno como prevenção, identificação e redução dos problemas educacionais nos diversos níveis de escolaridade.
2.A orientação profissional em conjunto com o psicólogo educacional, e ao aluno
3 Fazer mediação entre os subgrupos envolvidos na relação ensino aprendizagem (pais, professores, alunos, funcionários);
4.Transformar queixas em pensamentos;
5.Criar espaços de escuta;
6.Observar, entrevistar e fazer devolutivas;
7.Utilizar-se de metodologia clínica e pedagógica, com um olhar clínico;
8.A colaboração com a direção e o corpo docente da escola na elaboração de diferentes projetos e reuniões, que os mesmos envolvam o atendimento ao aluno/ professor/ família.
9.Promover encontros socializadores entre corpo docente, discente, coordenadores, corpo administrativo e de apoio e dirigentes.
10.Quando necessária a solução de dificuldades apresentadas pelos alunos, promovendo encaminhamento à profissionais relacionados às áreas correspondentes a essas dificuldades, bem como orientação e esclarecimentos aos pais e equipe pedagógica no acompanhamento desses alunos encaminhados.
11.Avaliar junto com a direção e a equipe pedagógica fatores que possam comprometer o desenvolvimento sadio e um processo de escolaridade normal.
12.Trabalhar com grupos – grupo escolar é uma unidade em funcionamento;
13.Identificar sintomas de dificuldades no processo ensino-aprendizagem;
14.Clarear papeis e tarefas nos grupos;
15.Criar estratégias para o exercício da autonomia (aqui entendida segundo a teoria de Piaget: cooperação e respeito mútuo);
16.Estabelecer um vínculo psicopedagógico;
17.Não fazer avaliação psicopedagógica clínica individual dentro da instituição escolar, porém, pode fazer sondagens;
18.Compor a equipe técnica-pedagógica;
19.Cooperar na fundamentação dos docentes no que diz respeito à inclusão.
20.Ter um olhar psicopedagógico no processo seletivo dos docentes, participando de forma que o ingresso desses profissionais contemple as diversas modalidades de aprendizagem. Para isso utilizamos uma prova projetiva “Par Educativo” que tem como objetivo revelar a sua relação com o educando e com aprendizagem.

Dispõe sobre a obrigatoriedade de instalação de brinquedoteca nas unidades de saúde que ofereçam atendimento pediátrico em regime de internação.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o Os hospitais que ofereçam atendimento pediátrico contarão, obrigatoriamente, com brinquedoteca nas suas dependências.

Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se a qualquer unidade de saúde que ofereça atendimento pediátrico em regime de internação.

Art. 2o Considera-se brinquedoteca, para os efeitos desta Lei, o espaço provido de brinquedos e jogos educativos, destinado a estimular as crianças e seus acompanhantes a brincar.

Art. 3o A inobservância do disposto no art. 1o desta Lei configura infração à legislação sanitária federal e sujeita seus infratores às penalidades previstas no inciso II do art. 10 da Lei no 6.437, de 20 de agosto de 1977.

Art. 4o Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após a data de sua publicação

Brasília, 21 de março de 2005; 184o da Independência e 117o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Tarso Genro
Humberto Sérgio Costa Lima

•PROVA DE FOGO
O AMOR É CONTAGIOSO-(PATCH ADAMS)
•ESCOLA DA VIDA
•TARE ZAMEEN PAR/STARS ON EARTH
•SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS
•NELL
•UMA MENTE BRILHANTE (autista)
•EM BUSCA DA TERRA DO NUNCA
•MENTES PERIGOSAS
•O PREÇO DO DESAFIO
•CURTINDO A VIDA ADOIDADO
•AO MESTRE COM CARINHO
•DIYNG YOUNG (Julia Roberts)
•UM GOLPE DO DESTINO
•O ÓLEO DE LORENZO (Nolte Sarondan)
•TUDO POR AMOR
•FILME PRECIOSA
•AMIGOS PARA SEMPRE
•GOLPE DO DESTINO
•FALE COM ELA
•A língua das borboletas
•O buraco branco no tempo
•Tempos modernos
•Kris na murt
•Quem somos nós?
•Ponto de mutação
•Ilha das flores – a questão do social, esgoto, prefeito, comunidade.
•Janela da alma
•O piano
•Escritores da liberdade.
•Sexto sentido – (o autista não tem cura só fazer o arrumadinho. Organizar a vida dela)

SERIADOS DE TV:
•House
•ER

SITES:
•www.praticahospitalar.com.br
•http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/livro9.pdf
•http://www.inep.gov.br/pesquisa/bbe-online/det.asp?cod=58708&type=P
•http://www.pedagobrasil.com.br/wforum/forum.asp?acao=msg&id=245
•http://portales.educared.net/aulashospitalarias/por/sobreelproyecto_nuestrasaul
•as.jsp